Especialistas debatem equidade de gênero e raça na educação durante o 9º Congresso Gife
“Estamos aqui para enfrentar um dos grandes desafios de uma sociedade que avançou no acesso à educação, mas nunca enfrentou o padrão de desigualdade que temos. Nosso desafio é pensar como uma gestão pode fazer com que a qualidade do ensino melhore ao mesmo tempo em que a desigualdade diminua”. A afirmação do superintendente executivo do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques, deu o tom do painel “Equidade de gênero e raça na educação”, realizado em 1º/04, último dia do 9º Congresso do Gife, em São Paulo.
O evento reuniu representantes de cinco instituições que atuam juntas com o objetivo de promover a equidade nas escolas públicas, e em especial no Ensino Médio, e colocou em foco como a parceria entre o investimento social privado no Brasil, a academia e os fundos independentes pode contribuir para enfrentar os desafios das desigualdades. Integraram o painel, além de Ricardo Henriques, Amália Fischer, do Fundo Social Elas, Bernardete Gatti, da Fundação Carlos Chagas, Hélio Santos, do Fundo Baobá, e Valter Silvério, da Universidade Federal de São Carlos.
Santos, do Fundo Baobá, reforçou: “Nada é mais desigual do que tratar todos igualmente”. Ele também afirmou que um país que produz tantos craques de futebol pode ter destaques em qualquer área. “Fazer junto o melhor, da melhor maneira, é não desperdiçar talentos”, disse.
Nos últimos dois anos, o Instituto Unibanco desenvolveu com parceiros editais voltados para a equidade: “Gestão Escolar para Equidade: Juventude Negra”, com a Universidade Federal de São Carlos e Fundo Baobá, e o “Elas Nas Exatas”, com o Fundo ELAS e a Fundação Carlos Chagas. O modelo tripartite foi destacado como fundamental para trabalhar a questão da equidade por Bernardete Gatti, da Fundação Carlos Chagas.
“A ideia de poder integrar e interagir as diferentes expertises para uma ação mais coerente é muito importante. É um modelo que quebra paradigmas. Esta iniciativa poderia ser uma inspiração para outras parcerias efetivas”, disse Bernardete Gatti.. “Considerar as diversidades não é tolerar as diferenças sociais e educacionais”, complementou.
Já Valter Silvério, da UFSCAR, destacou no painel que a gestão deve ser uma aliada no desenvolvimento e implementação de projetos na questão da equidade na educação. “Os projetos mais bem sucedidos são aqueles em que a gestão está junto com o seu desenvolvimento. Quando a gestão está ausente os projetos não têm núcleo condutor. Com a gestão escolar presente, faz-se muito com muito pouco”, explicou no painel.
Confira o painel na íntegra: