Abertura EDER CHIODETTO SER DIRETOR Uma viagem por 30 escolas públicas brasileiras Santarém Belém Ananindeua Marabá Picos São Miguel do Tapuio Beneditinos Teresina Piracuruca Luziânia Goiânia Trindade Anicuns Mantenópolis Guarapari Domingos Martins Serra Natal Mossoró Caraúbas Caicó Baía Formosa Itapipoca Caucaia Fortaleza Itaiçaba

Ao criar o Programa Jovem de Futuro em 2008, apostamos no aprimoramento contínuo da gestão escolar, por entendermos que se trata de ferramenta poderosa para melhoria dos resultados de aprendizagem dos estudantes do Ensino Médio.

Nada mais oportuno, portanto, que o lançamento de Ser Diretor. A obra é uma forma de homenagearmos esses profissionais que desempenham papel tão fundamental para garantia do direito à educação. São lideranças que enfrentam cotidianamente desafios e dificuldades presentes em nossas escolas, sem perder de vista que processos e recursos devem estar a serviço da aprendizagem do estudante.

O exercício de uma boa gestão nos condiciona a buscar respostas para questões decisivas. Ao jogar luz sobre ela, podemos aprender sistematicamente sobre quais práticas funcionam melhor em nossa realidade, fomentá-las e disseminá-las.

PEDRO MOREIRA SALLES

PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DO INSTITUTO UNIBANCO

Ser Diretor – uma viagem por 30 escolas públicas brasileiras retrata o cotidiano de gestores escolares. São profissionais da educação reconhecidos pelo seu comprometimento e dedicação, como tantos no país que, mesmo em contextos desafiadores, conseguem construir vínculos com a comunidade escolar e tomar decisões que impactam positivamente na aprendizagem dos estudantes. Os personagens deste livro representam o poder transformador da gestão escolar.

RICARDO HENRIQUES

SUPERINTENDENTE EXECUTIVO DO INSTITUTO UNIBANCO

Costumo dizer que o Brasil ainda não explodiu porque existem as escolas. Elas são um alento de esperança. Vejo famílias que não têm nada, mas os pais querem que seu filho venha para a escola. A família acredita que ela vai melhorar a vida do filho, e o jovem vê o espaço como um lugar seguro.

Rosângela Nascimento

EEFM Maria Menezes de Serpa

Fortaleza_Ceará

Pedi ajuda e parceria aos alunos, para que me ajudassem a diminuir a indisciplina, se não eu teria que transferi-los de escola. Não era o que eu queria. O diálogo foi revolucionário! É preciso ter paciência, mas vale a pena. Sou mais feliz percebendo a melhora deles.

Ana Lúcia Vieira de Lima

EEMTI Senador Fernandes Távora

Fortaleza_Ceará

Penso que educação não é despesa, é investimento. Mas em geral ela é tratada sempre como despesa pelos governos. Para equilibrar esse problema, a comunidade ajuda muito.

Josilene Werneck Machado Falk

EEEFM Gisela Salloker Fayet

Domingos Martins_Espírito Santo

Não se faz educação se não tiver amor. É preciso entender o aluno, que ser humano ele é. A partir daí, as coisas mudam. É impressionante a transformação.

Ramon Sant’Ana Barcellos

EEEFM Vila Nova de Colares

Serra_Espírito Santo

As pessoas querem um aluno sentadinho na sala de aula, com a cara no livro, como se hoje isso fosse fácil. Eles têm o mundo na palma da mão com o celular! Me orgulho de renovar o conceito de gestão com professores e alunos mais sintonizados. É um modelo mais humano, mais divertido. Quem entende o conceito de gestão democrática, consegue administrar bem uma escola.

Weberson de Oliveira Moraes

Colégio Estadual Irmã Gabriela

Goiânia_Goiás

Professor tem de ter a ambição de mudar uma realidade. O verdadeiro professor tem de superar as adversidades e perceber que a maior moeda dele é a capacidade de transformar o aluno.

Rosana Mara de Paiva Marins Campos

Colégio Estadual Dona Torinha

Luziânia_Goiás

Estudei a vida toda em escola pública. Tive professores maravilhosos, que acreditavam na possibilidade de transformar o outro. Eles que me fizeram acreditar que isso é possível.

Elizabete Aguiar

EEEFM Jaderlândia

Ananindeua_Pará

A gente almeja uma sociedade mais igualitária, onde o aluno possa ter uma educação equitativa, porque o sistema não nos permite muito fazer isso. Há muitas amarras, trabalhamos num sistema muito engessado.

Antonio Luiz Silva Soares

EEEM O Pequeno Príncipe

Marabá_Pará

Aqui é uma escola de possibilidades. O ponto certo foi a gestão democrática, a participação do aluno e da comunidade. Nós temos um projeto de escola aberta: a escola ensina o aluno a cuidar do que é dele.

Alberto Machado Vieira

CEMTI Didácio Silva

Teresina_Piauí

Para mim, é importante conhecer a família do aluno. Vivemos hoje numa sociedade desconstruída. Nós temos de conhecer a família para entender o comportamento desse aluno. Às vezes, isso responde porque ele é agressivo, porque precisa de uma atenção maior. Às vezes, precisa de um abraço, de uma conversa franca olho no olho, uma convivência.

Geferson Francisco de Souza

CEE Marcos Parente

Picos_Piauí

Eu sou de 1965. Fui escolarizado por professores da década de 50. Eu repasso para os meus alunos de hoje o que eu aprendi na década de 80 e assim vai. Os alunos futuros terão aula com professores formados nessa época de novas tecnologias, mas quando eles chegarem lá, o mundo já vai ser outro. Se não houver um plano urgente de formação continuada dos professores, o aluno não terá mais motivo para vir à escola.

Reginaldo Santos Xavier

EE Professora Calpúrnia Caldas de Amorim

Caicó_Rio Grande do Norte

Na “escola viva” há eventos culturais, gincanas e outras formas de aprender. As relações entre alunos e professores se fortificam. Isso leva os alunos a gostarem mais da escola, a quererem permanecer nela. Cria um pertencimento. Dá trabalho mobilizar as pessoas, mas vale a pena.

Edna de Araújo Cunha

EE Instituto Padre Miguelinho

Natal _Rio Grande do Norte

30 escolas públicas
6 estados
27 cidades
37 dias de viagem
3.686 fotografias
25 horas de entrevistas

A memória da criança e do adolescente, que gostava de olhar diretamente para a fonte de luz quando estava na carteira da escola, ficou mais intensa quando visitei a primeira escola deste projeto, em Belém do Pará, e me deparei com os raios de sol da manhã atravessando as salas de aula.

O fotógrafo, agora adulto, fez uma analogia com o Mito da Caverna, de Platão. A sala de aula seria, então, a caverna onde os estudantes se encontram com o intuito de ganhar forças para se libertar das correntes que os aprisionam, obrigando-os a olhar apenas para a parede — metáfora do senso comum para o filósofo. Libertos, eles podem finalmente deixar de perceber o mundo pela ilusão das sombras e olhar na direção da luz, vivenciando o mundo exterior com visão autônoma e crítica. A luz é o saber.

EDER CHIODETTO

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