Seminário Recompor com Equidade reúne 1.200 profissionais da educação de Goiás
Evento da SEDUC-GO, em parceria com o Instituto Unibanco, teve como objetivo consolidar os fundamentos da recomposição das aprendizagens com base nos princípios da equidade
Nos dias 7 e 8 de agosto, o auditório da PUC Goiás recebeu o Seminário Recompor com Equidade, uma iniciativa da Secretaria de Educação de Goiás em parceria com o Instituto Unibanco, no âmbito do programa Jovem de Futuro. Cerca de 1.200 coordenadores e assessores pedagógicos de todo o estado se reuniram para ouvir especialistas, aprofundar seus conhecimentos em técnicas e articular o ciclo de políticas públicas de recomposição das aprendizagens à prática escolar, com foco no desenvolvimento profissional, no uso estratégico de dados e na redução das desigualdades.
A Secretária de Educação, Fátima Gavioli, participou de todo o evento e se dirigiu diretamente à plateia em diversas ocasiões. “Nossos coordenadores pedagógicos são o coração dos nossos colégios. Esperamos que, com as palestras ouvidas aqui, eles voltem conscientes de que a escola que nós queremos é a escola que ensina a todos, respeitando raça, cor, gênero e situação socioeconômica. Somos todos iguais e todos merecemos respeito”, afirmou à imprensa goiana durante o evento.
A abertura do seminário ficou a cargo do Professor Natanael e do quinteto Griô, com lindas canções ancestrais e uma apresentação sobre a contribuição do povo negro para áreas como tecnologia, arquitetura, agricultura e astronomia.
Na Mesa 1 – Equidade e Diversidade, Zara Figueiredo, da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (SECADI) do Ministério da Educação, apresentou dados e análises sobre a aprendizagem de diferentes grupos na rede. “A gestão do espaço escolar, os livros didáticos, tudo precisa ser planejado sob a concepção da equidade — inclusive como a escola enfrenta a baixa expectativa dos docentes sobre estudantes negros”, destacou.
As mesas seguintes trouxeram mais informações e práticas de recomposição aplicadas em sala de aula, além de testemunhos emocionantes, como o da professora do Kalunga, Maria Helena Tuya: “A fala da minha professora salvou minha vida. Ela me mandou estudar e hoje meus alunos se espelham em mim”, contou.
A gerente de Implementação e Políticas Públicas Educacionais do Instituto Unibanco, Mirela de Carvalho, falou sobre a importância de garantir a boa implementação da recomposição, com mobilização de toda a escola, melhoria das práticas de ensino e da capacidade docente, engajamento de cada aluno, apoio da gestão e uso de materiais específicos. “A recomposição no Brasil é uma necessidade estruturante. Precisamos garantir habilidades para que os alunos voltem a aprender”, afirmou.
Ao todo, foram realizadas oito mesas com temas como: Equidade e Diversidade, Fundamentos Teóricos da Recomposição das Aprendizagens, Currículo como Instrumento para Implementação Efetiva, Foco em Matemática e Língua Portuguesa, Clima Escolar e Saúde Socioemocional, Avaliação Educacional e Uso de Dados para Gestão Pedagógica, Formação Docente e Práticas Exitosas sobre Equidade.
O superintendente do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques, abriu o segundo e último dia do evento com uma aula magna sobre a importância de compartilhar responsabilidades para que nenhum estudante fique abaixo do básico. “Devemos usar práticas e repertórios comuns adaptados a diferentes contextos, ultrapassar a barreira da gestão administrativa e mobilizar todos em prol da mudança”, ressaltou.
Este é o terceiro ano consecutivo em que a SEDUC-GO realiza o evento em parceria com o Instituto Unibanco, com o objetivo de promover aprofundamento técnico, escuta ativa e pactuação de compromissos coletivos para avançar na construção de uma política educacional estruturada e integrada à prática.