Associação Arebeldia Cultural ampliou parcerias no território e fortaleceu a captação de recursos
Localizada na comunidade Barragem Santa Lúcia, em Belo Horizonte (MG), a Associação Arebeldia Cultural busca incentivar o protagonismo das populações em situação vulnerável do território por meio da educação, cultura, formação profissional e participação comunitária.
Em 2009, quando foi fundada, a sede da instituição ficava no Alto de Vera Cruz, com diferentes salas para acolher suas atividades, como dança e aulas para profissionais da beleza. No novo espaço, recém-ocupado, onde também está a associação de moradores, a instituição mantém as oficinas, mas ainda precisa construir a cozinha solidária, um de seus projetos para a população local. Na área da educação, desenvolve um amplo trabalho para estudantes do Ensino Fundamental I e II, Ensino Médio, Educação em Tempo Integral e Educação Profissional, com diferentes projetos que aliam conhecimentos e práticas da ciência, da arte e da tecnologia.
O Circuito de Arte Digital, por exemplo, realizou, por um ano, oficinas de costura, iluminação cênica e construção de tubos de led nas escolas da região para fortalecer o contraturno. A associação também implementou o projeto Circuito Gastronomia das Favelas, para que chefes de cozinha periféricas exponham e comercializem suas produções em feiras e eventos organizados pela associação nas comunidades e em espaços cults, de Belo Horizonte, revertendo todos os recursos obtidos para essas mulheres. “Nesse momento, estamos buscando, através do fomento do Instituto Unibanco, conquistar nossa cozinha solidária para empoderar e gerar renda às mães de estudantes das escolas públicas das comunidades, especialmente da Barragem Santa Lúcia e as que participam do Circuito Gastronomia das Favelas. A cozinha também vai nos apoiar na produção de quentinhas para pessoas em situação de rua”, explicou Danusa Carvalho, fundadora e coordenadora da associação.
Uma das ações mais bem-sucedidas da associação, realizada todos os anos, em parceria com escolas públicas e organizações governamentais, é a Favela Hack Lab. Durante três meses, em postos itinerantes, os educadores promovem ações formativas gratuitas para jovens cujas produções, que relacionam arte e tecnologia, são apresentadas em uma exposição aberta ao público. O propósito é fomentar o interesse dos estudantes pela informação e produção de conhecimento.
Em 2022, os projetos chegaram a novos bairros da cidade, como Alto Vera Cruz, Barragem Santa Lúcia, Barreiro e Serra para atender mais de 120 jovens, adolescentes, jovens, mulheres e pessoas negras.
Impacto do Programa de Fortalecimento Institucional
A Associação Arebeldia Cultural definiu três objetivos em seu Plano de Desenvolvimento Institucional, uma jornada que foi trilhada no triênio 2021-2023: fortalecer redes e alianças com organizações do território, rever as estratégias para retomada dos projetos e ampliar a captação de recursos de médio e longo prazo, todos parcialmente atingidos.
A parceria com as escolas foi ampliada com a disseminação do projeto Favela Hacklab, contando com grande adesão de estudantes, diretores e coordenadores escolares. Também foram realizadas iniciativas com a ONG Viaduto das Artes, criando mais oportunidades educativas para crianças e jovens do território. O Circuito Digital, ação que vai às escolas, tem atraído o interesse de empresas que podem se tornar parceiras investidoras da associação. Toda essa visibilidade tende a ampliar cada vez mais a rede de parcerias e fortalecer as ações e os projetos, com melhores perspectivas de médio e longo prazo.
A captação também ganhou fôlego com recursos obtidos por emendas parlamentares para cobrir custos e contratar profissionais, incluindo um responsável pela área de captação que se dedique a estudar e aplicar projetos a editais, resolvendo todas as questões inerentes a esse processo.
Ampliar as fontes de captação é uma das metas para 2023, assim como se dedicar à organização da estrutura da associação.
“O maior avanço foi o fortalecimento e ampliação das redes e territórios. Estamos num momento de pegar na mão de todo mundo e ajudar a ampliar também as ações de outras organizações, porque isso fortalece toda a estrutura educacional e cultural que foi muito enfraquecida no período da pandemia”.
Danusa Carvalho, fundadora e coordenadora da Associação