Centro de Educação Paulo Freire amplia e qualifica a formação de educadores para enfrentar o analfabetismo no território
O Centro de Educação Paulo Freire de Ceilândia (Cepafre) foi fundado em 1989 pelo Núcleo Paulo Freire de Alfabetização de Adultos, composto por estudantes da extinta Escola Normal de Ceilândia e do mestrado em Educação da Universidade de Brasília (UnB).
Desde sua criação, o Cepafre mantém cooperação permanente com a UnB e realiza cursos de alfabetização em Ceilândia e entorno para diminuir os índices de analfabetismo da região. O público-foco de suas iniciativas são jovens, adultos e idosos que não tiveram acesso ao processo de alfabetização e/ou abandonaram os estudos.
Com os recursos do edital do Instituto Unibanco, e diante do advento da pandemia, em 2021 o Cepafre ofertou o Curso de Formação Inicial de Alfabetizadores de Jovens, Adultos e Idosos – Cidade e Campo para educadores de Ceilândia e Sobradinho-DF, e o Curso Nacional de Formação Inicial de Alfabetizadores de Jovens, Adultos e Idosos para os integrantes do Movimento de Trabalhadores por Direito (MTD) de São Paulo e de alguns estados do Nordeste. Com o retorno gradual das ações presenciais, em 2022, a instituição fez a busca ativa dos alfabetizandos para montar quatro turmas, com uma média de 75 inscritos e cerca de 60 concluintes. Todos os estudantes, ao longo da alfabetização, foram preparados e estimulados a darem prosseguimento aos estudos, o que gerou demanda para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), especialmente na rede pública de Ceilândia.
Além desse amplo trabalho, a instituição também atua em outras frentes, como a realização do Cinepopular para debater filmes e documentários e realizar oficinas audiovisuais; colaboração com outras organizações que desejam conhecer a metodologia de Paulo Freire; representação no Conselho Regional de Saúde de Ceilândia e no Comitê de Ética em Pesquisa da UnB, dentre outras iniciativas.
Impacto do Programa de Fortalecimento Institucional
O Centro de Educação Paulo Freire de Ceilândia se dedicou a trabalhar três desafios até 2023: ampliar a participação dos membros da instituição nas frentes de atuação já existentes, realizar a formação inicial e continuada dos profissionais do centro para qualificar a alfabetização dos adultos, ambos objetivos atingidos, e ampliar e fortalecer a captação de recursos para garantir sua sustentabilidade, meta que vem sendo trabalhada pela equipe.
A formação dos alfabetizadores ganhou fôlego durante a pandemia e continua como foco de trabalho da instituição. Uma melhor integração dos gestores, da coordenadora e de alfabetizadores também foi conquistada com o propósito de avançar nos objetivos traçados para o triênio 2020-2023. Reuniões periódicas com a equipe diretiva, os educadores, associados e parceiros têm sido fundamentais para o entrosamento da equipe.
A sinergia do time alavancou a mobilização para captar recursos e participar de editais. Um grupo ficou responsável por comandar essa tarefa, que já trouxe realizações concretas, como a aplicação ao edital da Elo. Embora o resultado não tenha sido positivo, a aprendizagem sobre como participar desse tipo de captação animou a equipe a participar da próxima edição desse mesmo edital.
As vivências experimentadas por meio do Programa de Fortalecimento Institucional levaram o centro a refletir sobre as dificuldades vivenciadas. “Foi um grande diferencial, principalmente com dinâmicas de trabalho em grupos, em que as entidades participantes do edital do Instituto Unibanco socializavam suas dificuldades e estratégias utilizadas para avançarem. Uma verdadeira ‘comunhão’ em que todos se envolviam e trocavam erros e acertos, derrotas e vitórias, tendo como resultados efetivos os aprendizados comuns”, reforçou Waldek Batista dos Santos, presidente do Cepafre-DF.
Em 2023, a equipe está dedicada a apontar soluções e mudanças no percurso do projeto para que possam cumprir metas, especialmente às relacionados à captação de recursos para que tenham subsídios que sustentem suas ações no médio e longo prazo.
“Foi percebido maior envolvimento dos familiares e da comunidade nos grupos de alfabetizandos com os quais a organização trabalha. O nosso trabalho está sendo irradiado, está sendo multiplicado. E isso tem a influência do apoio do Instituto Unibanco, pois mudamos nossas estratégias de empoderamento.”
Waldek Batista dos Santos, presidente do Centro de Educação Paulo Freire de Ceilândia