Como salas de aula brasileiras se tornaram mais segregadas que nos EUA
Por meio de uma intermediação com o Centro de Pesquisa Transdisciplinar em Educação (CPTE), do Instituto Unibanco, o Nexo Políticas Públicas conversou com o pesquisador e sociólogo Josh Gagnè, vinculado à Universidade de Stanford. O pesquisador é responsável pelo estudo que mostra que turmas de Ensino Fundamental do Brasil registram altos índices de divisão entre brancos e negros. A descoberta foi registrada no artigo “Classroom segregation without tracking: chance, legitimacy, and myth in ‘racial paradise’”, que aponta uma contradição no mito de igualdade racial disseminado no país. Em entrevista, o sociólogo conta sobre outros achados de seu estudo e quais políticas públicas podem ser adotadas para atenuar o problema da segregação. “Uma das razões para nosso estudo focar na segregação em salas de aula é que, nesses casos, as escolas têm mais controle sobre o que acontece. Para Gagnè, “a segregação em salas de aula dentro da mesma escola contribui mais para a segregação racial em geral do que a segregação entre escolas ou turnos diferentes. Se queremos diminuir a segregação racial no Brasil, reduzi-la nas salas de aula pode ser um bom ponto de partida”.