“Jovem de Futuro nos ajuda a ter organização o ano inteiro”, conta diretor escolar do Piauí
Gestor destaca que ações do programa ajudaram na busca ativa e facilitaram a organização do dia a dia na escola
Para o diretor Gleidson de Oliveira, o Jovem de Futuro (JF) é uma ferramenta que auxilia sua escola, a CETI Letícia Macedo, no município de Anísio de Abreu, no Piauí, a melhorar a organização durante o ano todo. Para ele, se não existisse o programa, seria mais difícil colocar o planejamento em prática.
Oliveira elogia a plataforma Sistema de Gestão para o Avanço Contínuo da Educação (SIGAE), que faz parte do programa, por ajudar a gestão escolar a cumprir com o planejamento no dia a dia. “No Jovem de Futuro, ao alimentar a plataforma mensalmente, você já sabe que tem certa obrigação te esperando. Se não houvesse uma cobrança para lançarmos os dados em dia, certamente as atividades não sairiam como planejadas.”
Até receber o convite para assumir a direção da sua atual escola, em janeiro de 2022, Gleidson atuou como professor entre 2001 e 2017, quando assumiu a coordenação pedagógica. Como diretor, ele conta que o maior desafio que enfrentou foi reverter o quadro de evasão e abandono em que se encontrava a escola.
Com quase mil estudantes, a Letícia Macedo era uma das maiores da região, e a primeira decisão que tomou foi a de transformar a escola em um lugar em que os estudantes tivessem vontade de ficar. O trabalho era duplicado porque se tratava do momento logo após a pandemia, e muitos estudantes haviam perdido o ritmo de frequentar as aulas.
Para dar uma ideia do desafio, ele lembra que, em 2021, pela falta de engajamento, a escola sequer atingiu os 80% de participação no Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), percentual necessário para que a nota da escola fosse divulgada.
Com o objetivo de mudar esse quadro, entre as muitas ações implementadas, uma das primeiras foi ouvir mais os estudantes e implementar suas reivindicações. Foi assim que a terça-feira ganhou um cardápio todo especial: “Eles pediram estrogonofe. Eu tinha ouvido falar, mas nem sabia o que era. Aí cheguei na cozinha, vi o orçamento e perguntei para a cozinheira se dava para fazer. Com o sinal verde dela, instituímos o novo prato. Gostam que é uma beleza!”.
A direção também encontrou um jeito muito criativo de fazer a busca ativa dos estudantes. Para atrair os jovens, as regras de um campeonato de futebol sub-18 que já promoviam foram alteradas. “A gente definiu que só participaria quem estivesse matriculado em alguma escola e, com isso, muitos alunos voltaram a estudar justamente por querer fazer parte do evento esportivo”.
Ele conta de um estudante específico: “A nossa escola recentemente se tornou integral e um aluno parou de frequentar as aulas porque não queria ficar na escola o dia todo. Quando a mãe dele veio me pedir ajuda, eu contei sobre a nova regra do campeonato. O menino voltou no dia seguinte e nunca mais faltou”, relata.
Com as mudanças promovidas sob a direção de Oliveira, a escola se transformou em um ambiente em que os estudantes gostam de estar. “No ano passado, a gente foi a escola que mais aprovou alunos no vestibular aqui na nossa região. Inclusive, dois alunos gêmeos, filhos de uma funcionária nossa, passaram no vestibular para medicina com bolsa de 100% numa rede privada, com tudo pago”, conta com orgulho.