Participação voluntária de familiares e egressos amplia a capacidade de atendimento do Instituto Canarinhos de Sergipe
Era o ano de 1999 quando, em Aracaju (SE), o maestro Carlos Magno formou um coral de 16 crianças e deu os primeiros passos para a criação do Instituto Canarinhos de Sergipe. Com o tempo, sentiram a necessidade de ampliar as ações da organização com aulas de instrumentos musicais, teatro e dança, que servem de ferramenta para a promoção de cidadania e dos direitos humanos de estudantes de escolas públicas.
Crianças, adolescentes, jovens, pessoas negras e pessoas com deficiência dos bairros Getulio Vargas e Cirurgia de Aracaju são os públicos-foco no Instituto, que oferece atividades para diferentes faixas etárias, dos 7 aos 18 anos. Na sede, estão as salas para oficinas de canto coral e de instrumentos musicais (violão, violino, violoncelo, teclado, bateria, flauta doce, escaleta, percussão e teoria musical).
A instituição mantém o Coral Canarinhos de Aracaju, formado por seus alunos. À medida que avançam na aprendizagem, eles participam, também, da Orquestra Popular Villa Lobos, em que tocam instrumentos eruditos e populares para executar música folclórica e popular brasileira.
Desde sua fundação, a organização desenvolve trabalhos com crianças com transtorno do espectro autista e com deficiência, oferecendo musicoterapia e acompanhamento psicopedagógico, semanalmente. Esses alunos também participam dos ensaios e recitais do coral e da orquestra.
Impacto do Programa de Fortalecimento Institucional
Quando o Instituto Canarinhos de Sergipe fez o diagnóstico para mapear os desafios e as potencialidades da organização, definiu dois objetivos, incluídos no seu plano de desenvolvimento institucional, para serem trabalhados ao longo dos três anos do programa: fortalecer a comunicação institucional e aperfeiçoar os mecanismos de captação de recursos, ambos parcialmente conquistados.
Em 2022, o Incase abriu ainda mais as suas portas para a participação das famílias dos beneficiários. Mães, pais e cuidadores de alunos se tornaram voluntários. As mães, por exemplo, organizaram-se para fornecer o lanche às crianças, como forma de contribuir com a participação de seus filhos nas atividades gratuitas.
Outra voluntária, ex-aluna do instituto, com formação em publicidade, assumiu a área da comunicação.
Com o propósito de fortalecer a captação de recursos, a organização adotou o telemarketing para realizar campanhas ou fazer contato, por telefone, com potenciais doadores. O diferencial dessa ação é a narrativa adotada, ou seja, a pessoa do outro lado da linha recebe informações sobre as iniciativas de cultura e educação que a instituição realiza e como a doação será utilizada para ampliá-las. A abordagem é feita por dois alunos egressos, também voluntários. Vale ressaltar que o trabalho integrado da comunicação contribuiu para o fortalecimento dessa ferramenta de captação, cujos recursos obtidos são destinados ao pagamento de funcionários e professores, às despesas com aluguel, água e energia, à manutenção do espaço e lanche dos alunos.
O convênio com a Universidade de Sergipe possibilitou que oito estudantes do curso de Música pudessem realizar seu estágio no instituto, desenvolvendo atividades para os alunos, o que ampliou o atendimento.
Faz parte das ações da organização fortalecer os laços com alunos egressos. Em 2022, eles realizaram um show em um lançamento literário do instituto e para esse ano ainda está prevista a realização de um espetáculo para arrecadar fundos para a construção da sede própria – objetivo que também tem contado com recursos de “vaquinhas”, rifas e a articulação do grupo de pais, empenhados a engajar parentes e amigos nessa causa.
Neste ano, além de implantar um robusto plano de captação de recursos, o Incase pretende fortalecer sua imagem nas redes sociais, contando com o apoio da comunicação.
“A gente sempre soube que as pessoas estão aptas a ajudar umas às outras. Mas este ano tivemos o aprendizado de deixar a porta aberta para que as mães, pais, avós, pudessem apoiar as atividades do Instituto, seja em serviços gerais, com conserto de computadores, marcenaria, seja no fornecimento de lanches.”
Edeildes Moura Tsuha, diretora-financeira do instituto