Diálogo foi acompanhado por gestores escolares da rede estadual de educação

O Instituto Unibanco, em parceria com a Secretaria da Educação do Piauí (Seduc-PI), promoveu um seminário internacional para debater a convivência democrática e a valorização da diversidade no ambiente escolar. O evento, realizado em Teresina, reuniu especialistas e gestores educacionais para discutir o impacto das relações interpessoais e da gestão escolar na qualidade da educação.  

A programação trouxe reflexões sobre o papel das escolas na formação cidadã, com palestras e debates transmitidos ao vivo e realizadas presencialmente. Na abertura, Ricardo Henriques, superintendente-executivo do Instituto Unibanco, e Cristián Cox, professor e pesquisador da Universidad Diego Portales (Chile), destacaram a importância de políticas educacionais que priorizem a equidade e o enfrentamento das desigualdades sociais.  

Desafios da democracia na educação

Durante o primeiro painel, Fabiana Sousa, analista de pesquisa do Instituto Unibanco, apontou que o Brasil enfrenta dificuldades ao tratar da democracia no contexto educacional. Ela relacionou os desempenhos escolares às condições socioeconômicas dos estudantes e enfatizou a necessidade de políticas públicas que considerem tanto as necessidades coletivas quanto as individuais.  

“A diversidade dentro da rede é imensa, mas ainda temos estudantes vivendo realidades muito diferentes. Para superar essas desigualdades, é essencial criar políticas que enxerguem cada aluno de forma única”, afirmou Fabiana.  

Adriana Gonçalves de Oliveira, coordenadora da Seduc-PI, complementou ao abordar o impacto do clima escolar. Segundo ela, o ambiente educacional é influenciado pela interação entre diretores, professores, estudantes, funcionários e famílias. “A convivência e as relações interpessoais afetam diretamente a aprendizagem e o engajamento dos estudantes”, destacou.  

Debate sobre violência e diversidade

No período da tarde, o foco do seminário foi o combate à violência nas escolas e a promoção de um ambiente inclusivo. Thaís Dias Luz Borges Santos, do Ministério da Educação (MEC), defendeu ações conjuntas entre estados e o governo federal para enfrentar o aumento de episódios violentos nas escolas.  

“A violência extrema nas escolas reflete o crescimento do discurso de ódio nas redes sociais e o aumento do acesso às armas de fogo. Precisamos agir antes que esses números se tornem incontroláveis”, alertou Thaís.  

Edvaldo César da Silva Oliveira, professor do Instituto Federal do Piauí, ressaltou que as formas de violência psicológica, como a negação de identidade e preconceitos, têm impactos profundos na permanência de alunos em sala de aula. “A escola deve ser um espaço de proteção e acolhimento, especialmente para os mais vulneráveis”, defendeu.  

Construindo escolas mais democráticas

O seminário reforçou a importância da convivência democrática como alicerce para uma educação transformadora. Especialistas destacaram que o fortalecimento das relações entre os diferentes atores do ambiente escolar é essencial para a promoção de um ensino de qualidade e para o combate às desigualdades.  

Com debates atuais e propostas práticas, o evento buscou inspirar gestores e educadores a transformar as escolas em espaços inclusivos e seguros, onde a diversidade seja valorizada e a democracia, vivenciada no cotidiano.