Observatório do Marajó dedica-se à gestão de pessoas para fortalecer as articulações na comunidade


O Observatório do Marajó, criado em 2019,é uma iniciativa da organização Lute Sem Fronteiras (de 2009) com objetivo de posicionar o Marajó como território essencial na construção de um futuro diferente para a região amazônica, brasileira e global. Para isso, atua de forma estratégica com o propósito de mudar os índices socioambientais da região, a partir de um movimento de reapropriação do debate, da política e do futuro enquanto espaços que ainda podem ser reconstruídos.
A instituição trabalha para fortalecer as lideranças locais e suas comunidades como sujeitos centrais de construção da agenda pública, dos processos políticos e dos espaços de poder. Dedica-se à construção de redes de transformação social; mobilização e incidência política. Também apoia estratégias e projetos comunitários em três frentes: saúde, alimentação e moradia; educação e cidadania; e empreendedorismo local.
Na educação, uma das grandes conquistas articuladas pela instituição foi a construção de uma escola, que completou 10 anos em 2023, como contou Luti Guedes, fundador da Lute Sem Fronteiras: “Facilitamos o processo de negociação com a Prefeitura de Portel e financiamos a construção da Escola Comunitária de São Miguel do Acuti Pereira, finalizada em 6 meses pelos homens da comunidade, com o fundamental apoio das mulheres. Além das salas de aula, o espaço de 100m² também abriga alojamento para professores e banheiros para todos”. A cogestão é feita pela comunidade e prefeitura, que fornece professores e materiais didáticos.
Outra frente de atuação é a educação socioambiental, por meio de materiais didáticos que exploram temas como cidadania, direitos humanos, emergência climática e direitos territoriais. “Construímos metodologias para o uso desses materiais em diferentes espaços para além da escola, como bibliotecas, museus e associações comunitárias”, explicou Luti.
O Observatório atua em 17 municípios da ilha: Afuá, Anajás, Bagre, Breves, Cachoeira do Arari, Chaves, Curralinho, Gurupá, Melgaço, Muaná, Oeiras do Pará, Ponta de Pedras, Portel, Salvaterra, Santa Cruz do Arari, São Sebastião da Boa Vista e Soure.
A organização é responsável por coordenar esforços de monitoramento de políticas públicas de educação e articulação com lideranças, mobilização da sociedade e desenvolvimento de estratégias de incidência relacionadas à agenda da educação, sobretudo para crianças e adolescentes, jovens, pessoas do grupo LGBTQIAPN+, pessoas negras, moradores de comunidades quilombolas e ribeirinhas.
Impacto do Programa de Fortalecimento Institucional
O Observatório do Marajó definiu três desafios para trabalhar nos três anos do programa: estruturar a estratégia de captação de recursos (atingido); construir um sistema interno de controle financeiro (parcialmente atingido); e transformar o planejamento estratégico dos programas e projetos em um instrumento sólido, confiável para ser utilizado constantemente (parcialmente atingido).
A estratégia de captação de recursos seguiu os mesmos caminhos de anos anteriores, com maior participação da equipe para estruturá-la.
Para fortalecer a equipe, foi consolidado um desenho de gestão entre times e, mais recentemente, o fortalecimento da gestão dentro dos times, com definição de responsabilidades e atribuições, consolidação da rotina de reuniões e de processos, e criação de protocolos e processos que não existiam.
Para 2023, o observatório pretende avançar no desenvolvimento e fortalecimento do sistema de controle interno, organizar a comunicação institucional, os fluxos internos, as demandas dos projetos, das campanhas, para que não haja sobrecarga da equipe.