Levantamento do jornal “Estadão” aponta desigualdades de gênero e de raça no Enem
Um levantamento de dados realizado pelo jornal “Estadão” aponta que 72% dos estudantes que tiraram as mil maiores notas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) são meninos, apesar de o público feminino ser predominante nas inscrições.
O jornal ainda destaca que garotas negras, maioria entre os inscritos, formam somente 6% das notas mais altas. Enquanto isso, rapazes brancos são quase 50% do grupo de maior destaque e 15% dos candidatos.
Todavia, entre os brancos a distinção de notas é mantida quando resultados de homens e mulheres são comparados. Em matemática, a nota de brancos é 52 pontos maior que a de brancas. Em comparação a negras, a diferença sobe para 81 pontos.
O panorama da análise gênero muda quando o foco é a prova de redação. No Enem 2016, a nota média do público feminino foi 540, enquanto do masculino foi 520. Nessa área, elas têm 70% das mil maiores notas, sendo 42,9% das brancas e 23,2% das negras.
Especialistas em educação explicam que a diferença de desempenho entre meninas e meninos não possui relação com questões biológicas, mas com fatores sociais e culturais. O mesmo ocorre a respeito de brancos e negros. Ricardo Henriques, superintendente executivo do Instituto Unibanco, foi um dos entrevistados pelo “Estadão”. De acordo com o economista, a escola “acolhe o padrão de desigualdade e ainda tem o efeito perverso de entregar, no fim da educação básica, com mais desigualdade ainda”.
O levantamento de dados incluiu resultados do Enem 2014, 2015 e 2016. Leia a matéria completa no portal “Estadão”.