Divulgados em setembro de 2018, os resultados do Ideb 2017 pautaram série especial do Aprendizagem em Foco que abriu o ano sobre os quatro estados que apresentaram os melhores índices entre as Unidades da Federação. Lançamos quatro edições, destacando as políticas educacionais de cada estado (Goiás, Espírito Santo, Pernambuco e Ceará) que ajudam a entender os resultados alcançados, e um quinto número, consolidando as lições das quatro redes.

“Como poderá ser visto nas quatro reportagens que compõem essa série especial, os avanços nunca são fruto de uma única política implementada isoladamente, mas de um conjunto de ações sistêmicas, com foco nos resultados de aprendizagem dos alunos, e que, em geral, atravessam mais de uma gestão”,

anuncia o primeiro boletim da série, a edição 45, sobre Goiás.

Vale mencionar que três dos quatro estados líderes no Ideb (Goiás, Espírito Santo e Ceará) são parceiros do Instituto Unibanco na implementação do Jovem de Futuro

O papel do gestor escolar na melhoria dos resultados de aprendizagem foi abordado em diversas edições sob diferentes perspectivas. O boletim 53 explora o conceito de “liderança distribuída” e como a prática pode contribuir para que o diretor exerça melhor suas funções.

“Distribuir liderança é perguntar como eu, como líder, posso criar as condições em minha organização para que as pessoas se sintam convidadas a oferecer sua expertise. Não é simplesmente se livrar de funções, mas empoderar outros a trazerem soluções para o grupo. Se o diretor tem um estilo autoritário, controlador, hierárquico, ninguém vai oferecer apoio, pois todos entenderão que as responsabilidades são todas dele. Ninguém vai chegar espontaneamente na sala e perguntar: ei, você pode me dar mais trabalho”.

Alma Harris, pesquisadora britânica, referência internacional no assunto

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Na edição 57, destacamos recomendações de políticas públicas e exemplos de como, na prática, algumas escolas desenvolveram ações voltadas para o desenvolvimento profissional dos docentes.

Já no boletim 55, tratamos de uma figura central na interlocução entre escolas e Secretarias: o supervisor. O texto salienta o papel de suporte às ações pedagógicas da escola desempenhado por esse profissional.

“Ter um supervisor bem formado, capaz de estabelecer relações de confiança, de alinhar com os gestores escolares os objetivos em comum, e de garantir apoio para que as metas sejam alcançadas são características que facilitam algo essencial em qualquer sistema funcional: a coerência de suas ações. É fundamental também que todos os atores trabalhem com o princípio da corresponsabilização, ou seja, em vez de apenas cobrar ou culpar as escolas por seus resultados, gestores em todas as instâncias trabalham para dar suporte visando um objetivo comum”.

A importância do bem-estar dos estudantes para aprendizagem foi tema da edição 51 do Aprendizagem em Foco. O boletim apresenta achados de alguns estudos que reiteram o quanto um clima positivo, de acolhimento e apoio, impacta o desenvolvimento cognitivo e de habilidades socioemocionais dos jovens.

Na edição 58, abordamos como os casos de violência na escola estão frequentemente relacionados à questão do clima e podem ser enfrentados, portanto, no âmbito das relações entre estudantes e entre estudantes, professores e gestores.

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A pauta violência na escola foi suscitada por um episódio ocorrido em uma escola estadual localizada no município de Caraí (MG) no início de novembro, em que dois alunos saíram feridos por outro estudante armado dentro da sala de aula. Mas não foi o único caso do gênero em 2019. O mais grave aconteceu em Suzano (SP), no mês de março, quando oito pessoas morreram e 11 ficaram feridas durante ataque de um ex-estudante armado à Escola Estadual Raul Brasil. O debate na sociedade gerado pela repercussão na mídia desses e outros casos tende a reforçar a necessidade de se adotar medidas disciplinares mais rígidas – o que a literatura tem demonstrado não surtir o efeito esperado.

“Os conflitos devem ser vistos como oportunidades de aprendizagem de habilidades sociais e emocionais e de desenvolvimento de pessoas autônomas e de fortalecimento de valores democráticos. O objetivo nunca deve ser conter comportamentos, mas como eu aprendo em uma comunidade, que é a escola, a utilizar estratégias assertivas, a expressar sentimentos sem agredir o outro”,

afirma a pesquisadora Telma Vinha.

Dentro da temática das desigualdades educacionais, tratamos na edição 56 da questão das taxas de reprovação e evasão mais acentuadas entre meninos. O boletim destaca que essa é uma realidade presente em diversos outros países e estudo que relaciona a diferença de desempenho entre estudantes às expectativas e representações das professoras a respeito de cada um dos gêneros.

Já no boletim 52, destacamos a importância de se inserir a reflexão sobre projeto de vida no currículo do Ensino Médio. Apresentamos exemplos de estados que incorporaram o tema dentro de suas políticas para essa etapa e de escolas que têm iniciativas nessa área. “Projeto de vida” figura entre as 10 competências gerais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC):

“Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade”.

Em um ano marcado por desastres ambientais, como o rompimento da barragem em Brumadinho (MG), as queimadas na Amazônia e o vazamento de óleo no litoral do Nordeste, o Aprendizagem em Foco abordou pela primeira vez o tema da sustentabilidade na edição 54.

O texto joga luz sobre as ideias de Bernardo Toro, que “reforçam a necessidade de inserir a temática da sustentabilidade num contexto mais amplo que o cuidado com o Planeta, dando maior centralidade a ela na escola e reforçando o caráter multidimensional da educação ambiental”.