Associação Pipa sistematiza seus projetos e avança na área de gestão de pessoas
A Associação Pipa, fundada em 2012, nasceu da junção de dois coletivos. Atualmente, atua nos territórios de Brasilândia e Jardim Peri Alto. Desde 2015, opera em uma casa alugada na comunidade, que vem passando por melhorias para expandir seus espaços. No entanto, a instituição deseja conquistar uma sede própria e planeja uma grande campanha de captação para isso.
A Pipa tem um forte vínculo com a comunidade, sendo reconhecida como um agente de transformação, que está ao lado da população para reivindicar direitos, como o da moradia.
As iniciativas da organização têm como foco a promoção do protagonismo de crianças e adolescentes e da justiça social por meio do brincar, da cultura, das artes e da educação não formal.
No bairro Brasilândia, implementaram o projeto Preparando o Futuro, um cursinho voltado a adolescentes dos anos finais do Ensino Fundamental, que querem concorrer a uma vaga nas escolas técnicas da cidade.
No bairro Jardim Peri Alto, oferecem diferentes oportunidades para as crianças, voltadas ao desenvolvimento integral, como o projeto Educa Viva, de alfabetização e reforço escolar para estudantes do Ensino Fundamental I e II, o dia do brincar e o dia do cinema.
Impacto do Programa de Fortalecimento Institucional
O Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da Pipa, para o triênio 2020-2023, contempla os seguintes objetivos: ampliar a captação de recursos; construir condições para comunicar o impacto social das ações que realiza; e capacitar funcionários e voluntários para que tenham mais autonomia nas suas áreas de atuação. Os três objetivos foram parcialmente atingidos.
O plano de captação de recursos está em fase de finalização, após definirem áreas e estratégias para chegar a outras fontes. Embora tenham conseguido valores para cobrir as atividades meio da associação, ainda não é o montante necessário. Mas um dos projetos foi aprovado pela Fundação Abrinq, o que viabilizou a reforma da sede. Também puderam oferecer formação para a equipe de capitação.
A Pipa conseguiu avançar na sua capacidade de monitorar a implementação das ações a partir da elaboração dos objetivos-chave e previsão de resultados. As métricas e os dados que querem coletar foram revisados, dando início ao processo de reunir informações sobre os projetos.
Com relação à gestão de pessoas, foram mapeadas as necessidades de formação da equipe, a revisão dos processos de seleção e a construção de um manual para a chegada de novos colaboradores, que vai compor o onboarding. Também está desenhando as etapas de saída, como uma entrevista que possa detectar as motivações que levaram o funcionário a deixar a associação.
Pela primeira vez a Pipa contratou pessoas para gestão de voluntariado, captação de recursos, administrativo e comunicação, o que fortaleceu a equipe e diminuiu a rotatividade de voluntários.
“As discussões propostas pelo programa, nas rodas de conversa, trouxeram assuntos tão importantes à tona na organização, que percebemos que, na prática, tínhamos muito a fazer ainda. Organizamos uma roda de conversa sobre o tema da equidade racial e realizamos um processo seletivo destinado a pessoas negras, entendendo que nossas contratações futuras precisam ser propositivas nesse sentido”.
Alessandra Davanzo, Diretora Presidente e Coordenadora de Projetos
No que diz respeito aos projetos, a Pipa sistematizou as metodologias do cursinho pré-vestibular para acesso às escolas técnicas e de reforço escolar com o objetivo replicá-los.
Em 2023, as prioridades da associação são executar o plano de captação de recursos e trabalhar a formação e o engajamento da equipe para diminuir o turnover.
“O Programa de Fortalecimento Institucional tem colaborado fortemente com o amadurecimento da organização, principalmente na gestão e áreas meio da organização.
Alessandra Davanzo, Diretora Presidente e Coordenadora de Projetos da Associação Pipa
No primeiro ano realizamos a contratação de uma consultoria em sociocracia, sistema que foi implantado na organização e possibilita uma gestão mais coletiva e auto-organizada. O processo da consultoria foi importantíssimo e conseguimos dar continuidade à metodologia e ao modelo de governança implementados. Sinceramente, não imagino nossa organização funcionando de outro jeito.”