Levantamento e trocas de práticas marcam encontros que envolveram mais de 1100 especialistas em seis regiões do estado

Dois dias de debates e trocas intensas levaram Especialistas de Educação Básica (EEBs) de Minas Gerais a reforçarem suas práticas de gestão pedagógica nas escolas onde atuam. A formação, denominada “Gestão pedagógica para o avanço contínuo da educação”, foi organizada pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG), em parceria com o Instituto Unibanco, como parte da implementação do Jovem de Futuro | Circuito de Gestão Mineiro. Quase 1,2 mil especialistas foram mobilizados em todo o estado.

O encontro é a culminância de um processo de formação à distância e mentoria, com a proposta de aprofundar reflexões, ampliar repertórios, fortalecer o uso das ferramentas, trocar e compartilhar saberes e mapear o que tem sido feito nas escolas no âmbito da gestão pedagógica. Divididos em seis polos regionais, as formações foram realizadas em dois grupos. Nos dias 13 e 14 de setembro, foram contempladas as regiões do Vale do Aço, Norte e Triângulo Mineiro. Já em 20 e 21 de setembro, foi a vez das regiões Central, Mata e Sul.

Com uma programação intensa, os participantes puderam contar com experiências que abordaram importantes conteúdos ligados à gestão pedagógica. No primeiro dia de formação, as atividades permitiram a discussão de temas como as potencialidades pessoais e profissionais de cada especialista e o papel do especialista na liderança pedagógica.

Outras atividades do dia focaram no compartilhamento de vivências sobre a gestão pedagógica e o Circuito de Gestão Mineiro, que é a metodologia estruturante da gestão para o avanço contínuo da educação, e em um estudo de caso sobre problemas de práticas pedagógicas. Já no segundo dia, o foco foi no compartilhamento de práticas, realizado tanto por meio de vivências de produção coletivas e rodas de conversa, como por uma feira em que os especialistas puderam trocar impressões e informações sobre suas práticas com o restante do grupo.

O subsecretário de Articulação Educacional de Minas Gerais, Gustavo Lopes Pedroso, esteve presente na formação em Uberlândia e lembrou que a missão da Secretaria tem como foco o acesso, a permanência e o aprendizado dos estudantes: “Todas as iniciativas da Secretaria precisam atingir essa missão. Vocês são as pessoas que fazem a educação acontecer e precisam ser valorizadas, e melhorar a carreira de especialista é um desafio que a gente tem”.

Para Aline Andrade, Coordenadora de Implementação do Instituto Unibanco, “os especialistas são profissionais fundamentais para a melhoria da qualidade da educação, pois possuem um papel de liderança capaz de apoiar a escola a colocar os estudantes e a aprendizagem de todos no centro do processo de decisão e gestão da escola”. E complementa: “A atuação do especialista é vital para mobilizar e corresponsabilizar diretores, professores, famílias e comunidade com o compromisso de garantir a redução das desigualdades educacionais e o desenvolvimento integral dos estudantes. Além disso, é notório como os especialistas mineiros são profissionais engajados, o que faz com que momentos de aprendizagem como esse potencializem muito o trabalho de todos”.

Aprendizados compartilhados

Cristiane Silva de Souza, que atua na Escola Estadual João Kopke, em Fronteira (MG), ao compartilhar as práticas de sua escola, destacou que o Jovem de Futuro fortalece o protagonismo juvenil e as relações entre professor e gestão da escola. “É teoria e prática, com a prática fortalecendo a teoria, e você consegue corrigir e saber em que a escola está falhando. A experiência está sendo muito boa. Os meninos conhecem as necessidades reais da escola e trazem também os seus anseios. E, para fortalecer o protagonismo, você tem que dar voz e vez para o aluno, mas tem que dar a devolutiva para ele, porque ele traz o problema e precisamos, junto com ele, achar a solução”.

Sobre a formação como um todo, Rosineyde Ferreira Nunes, da escola estadual governador Bias Fortes, em Ituiutaba, considerou úteis todos os momentos, mas gostou particularmente da dinâmica “Que bom! Que pena! Que tal?”, atividade de encerramento do primeiro dia de atividades, que solicitava de cada especialista respostas sobre o que estava achando da formação. O “Que bom!” dela foi “ter oportunidades de conhecer novas práticas de outras escolas”; “Que pena!”, para a educadora, é que a formação poderia ter a participação de professores; e, para “Que tal”, ela propôs que mais formações fossem feitas, com intervalo menor entre elas.

Michelly Danielle Tolentino, especialista na escola estadual Nossa Senhora da Abadia, de Uberaba, diz que levará muito aprendizado para aplicar em sua escola. “Para mim, que foi minha primeira formação, está sendo muito bom. Eu me encontrei nesse espaço em que várias pessoas se conectam, pois a gente tem as mesmas dificuldades do dia a dia, em trabalhar com o professor, em trazer o aluno para perto. São coisas que precisamos trabalhar e, tendo a dica de cada uma, e tendo toda essa equipe, está sendo ótimo”.