Para diretor mineiro, Jovem de Futuro ajuda escolas a fazerem melhor ações que já realizam
Rafael Magalhães Campos, responsável pela gestão da Escola Estadual Bolivar Tinoco Mineiro, de Belo Horizonte (MG), acredita que o Programa Jovem de Futuro é uma metodologia que ajuda as escolas a realizarem melhor as ações que normalmente já fazem parte do seu planejamento. “O Jovem de Futuro não é um projeto que vem para ser algo a mais. Na verdade, ele é uma metodologia para você fazer e poder mensurar as ações que já costumamos realizar na escola”, explica. “Nenhum diretor tem de criar ações por causa do Jovem de Futuro, a gente faz aquilo que é da própria escola. O que a escola precisa para 2024? Define-se um foco e é isso que a gente vai trabalhar. O programa é uma forma de você conseguir mensurar as ações, conseguir contabilizar tudo, visualizar”, explica.
Entre as atividades já realizadas, mas reforçadas com o programa, ele cita como exemplo aquelas focadas no combate à evasão escolar, que a escola já implementa. “A busca ativa que nós colocamos no Jovem de Futuro é uma coisa necessária e que a gente já faz. Essa ação consiste em fazer com que o jovem permaneça na escola. Para isso, você vai atrás dele, comunica a família, comunica o Conselho Tutelar”. Segundo ele, o Jovem de Futuro é uma ferramenta que ajuda na implementação, no acompanhamento e no ajuste desses processos.
Ele destaca que a metodologia é fortemente pautada no protagonismo dos jovens, o que rendeu bons frutos na sua unidade escolar, a exemplo do retorno dos eventos de formatura, que voltaram a ser realizados a partir da solicitação de um estudante. “Levei o pedido para os professores e a gente conseguiu dar um primeiro passo”, conta. A cerimônia aconteceu na própria escola, no final de 2023. A atividade havia sido incluída no planejamento e ajudou a mobilizar a turma durante o ano.
“Com o Jovem de Futuro, conseguimos ouvir mais, escutar mais, e entender que é possível organizar, manter o padrão do Bolivar alto, no sentido de organização, mas, ao mesmo tempo, fazer com que os atores possam ser protagonistas do processo”, explica o diretor, completando que a volta da festa junina da escola, que havia sido cortada durante a pandemia da Covid, é outro exemplo de escuta, por ser um evento que a comunidade gosta muito e participa.
Além disso, segundo o diretor, o Jovem de Futuro permite um foco no pedagógico que, sem o programa, é muito difícil. “Pelas experiências que vi em outras escolas, quando você tem uma gestão muito pressionada, a tendência é você ‘sufocar’ alguma coisa, e o que sempre se ‘sufoca’ é o pedagógico”, afirma. Ele explica que isso acontece porque as cobranças sobre o pedagógico costumam ser deixadas para depois. “Você não vai sufocar o financeiro porque alguém vai te cobrar; não vai sufocar o departamento pessoal porque alguém vai te cobrar. O pedagógico é relegado porque a cobrança é diferente, vai vir lá no final, com a avaliação externa”. Para ele, o Jovem de Futuro ajudou a mudar esse quadro:
“Nós conseguimos dar um foco muito grande no pedagógico e isso foi um avanço importante que tivemos”.
Jovem de Futuro em todas as etapas educacionais
Embora o Jovem de Futuro atue na rede estadual mineira com foco no Ensino Médio, na Escola Estadual Bolivar Tinoco Mineiro, o programa também contempla as outras etapas educacionais oferecidas na unidade. Segundo Rafael, uma escola tão grande como a sua, que abrange do Fundamental I até o Ensino Técnico e Educação de Jovens e Adultos (EJA), acaba tendo de envolver todas as turmas no programa.
“Aqui no Bolivar, implementamos o programa em outras etapas também”, afirma. “Tudo aquilo que pensamos para a escola é planejado de maneira global. Por isso, há várias demandas que surgem, que são do fundamental, a gente coloca no Jovem de Futuro, usa a ferramenta”. O passo seguinte, afirma, é incluir no programa também demandas do curso técnico de enfermagem, que também existe na escola. “O único passo que a gente ainda tem que dar é o ensino técnico. Eu não consegui colocar essas demandas específicas ou técnicas dentro do Jovem de Futuro, mas é algo que eu quero fazer esse ano”, afirma.