Para diretora de MG, Jovem de Futuro contribui para uma gestão escolar humanizada
Humanização da gestão, aumento da participação dos estudantes, melhoria da qualidade do ensino e diminuição da evasão escolar. Esses são alguns dos benefícios que o Programa Jovem de Futuro, implementado por meio de parceria entre a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) e o Instituto Unibanco, ajudou a trazer para a Escola Estadual Professora Civa Simões Fonseca, sediada na cidade de Senhora do Porto (MG), segundo a gestora da unidade, professora Maria das Graças Gomide.
Professora de História, Maria das Graças é diretora escolar da rede pública há 24 anos e, só à frente da escola Civa Simões soma mais de 15 anos de gestão. Desde que assumiu a direção da unidade, enfrentou diversos desafios, a começar pela estrutura física, que era precária e compartilhada, por muitos anos, com uma escola municipal.
A conquista do prédio exclusivo só aconteceu em 2017, mas, ainda assim, sem a infraestrutura adequada. A verba para as melhorias chegou em 2019 e, quando as obras se iniciaram, já em 2020, veio a pandemia da Covid-19. “Mesmo diante de todas as dificuldades, conseguimos enfrentar tudo e melhorar a escola de uma forma inacreditável, com muito esforço”, lembra.
Em paralelo a esse processo, Maria das Graças conta que o Jovem de Futuro a auxiliou a qualificar os processos de gestão da escola. “A gente teve uma ressignificação, um olhar diferenciado e uma nova postura com relação ao que a gente já fazia. Por exemplo, nas avaliações externas, com o Jovem de Futuro, nós conseguimos organizar os processos de trabalho com os estudantes de forma a convencê-los a estarem todos na escola, nos dois dias de avaliações, tanto a estadual como a federal”.
Para que isso acontecesse, conta a diretora, a escola buscou envolver os estudantes nas escolhas relacionadas à prova. Assim, uma questão que seria determinada pela direção, como a definição do lanche a ser servido nos dias das avaliações, foi feita por meio de votação entre os alunos.
Além disso, foram divulgadas com antecedência imagens de um kit personalizado que seria dado a cada participante após a prova. “Essas ações fizeram a gente trabalhar o lado emotivo dos estudantes”, afirma. Como resultado, as ausências nas avaliações externas se tornaram extremamente raras na escola.
Maria das Graças relata que foram as tutorias e seminários do Jovem de Futuro que lhe mostraram a importância de ampliar os espaços de escuta dos estudantes. “Para um ambiente estudantil ser saudável e humanizado, o estudante também deve ter um papel fundamental, deve fazer parte da escola, tendo responsabilidades, escolhas, suporte e acolhimento. Colocamos os estudantes como foco central aqui, damos opções de escolha, damos voz, falamos e entendemos cada um deles individualmente. Isso faz com que eles fiquem mais motivados e engajados”, analisa.
Segundo ela, o Sistema de Gestão para o Avanço Contínuo da Educação (SIGAE), plataforma digital que faz parte do Jovem de Futuro, também se tornou essencial para a gestão da escola, pois, além de trazer dados precisos sobre o histórico da unidade, corpo discente, notas e avaliações, o sistema facilitou o planejamento de ações, ampliando o olhar da direção escolar e antecipando questões e problemas que poderiam acontecer se o sistema não existisse.
“Por meio do SIGAE, eu tenho o histórico completo do estudante, consigo construir uma história com ele para além dos muros da escola e estabelecer vínculo. Com isso, de modo geral, torna-se possível ressignificar o ambiente estudantil e enxergar cada adolescente de forma individual, por exemplo, acolhendo o estudante que abandona os estudos por estar desmotivado, por problemas familiares, gravidez indesejada ou até mesmo por precisar trabalhar. Muitas vezes a escola pode ajudar, fazendo esse papel mediador”, afirma Maria das Graças. “Temos uma história muito bonita e de muita luta. Merecemos ser a escola que somos hoje. Cada conquista para nós é uma vitória, e ainda teremos muitas outras!”, completa a gestora.