Pesquisa da Fundação Victor Civita analisa desigualdades intraescolares no Brasil
A Fundação Victor Civita lançou a pesquisa “Análise das Desigualdades Intraescolares no Brasil”. Coordenado por Romualdo Portela de Oliveira, professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FE-USP), o estudo apontou que fatores como alocação de professores e clima acadêmico são essenciais para enfrentar a desigualdade no interior da escola.
A pesquisa analisou as notas de Matemática da Prova Brasil de 2009 de escolas públicas urbanas e de um questionário aplicado em 252 instituições, sendo 108 no município de São Paulo (SP), 53 na cidade do Rio de Janeiro (RJ) e 91 em outros municípios. Nas duas capitais, os resultados também foram filtrados segundo critérios geográficos.
O estudo identificou que as instituições localizadas na periferia apresentaram resultados mais homogêneos, apesar de baixos. As localizadas em regiões centrais tiveram melhores notas, porém mais desigualdade. Isso acontece porque longe do centro, segundo a publicação, se atende a um público de perfil semelhante – que reúne as características de fragilidade citadas anteriormente -, enquanto nas unidades das áreas mais privilegiadas há uma maior mistura de status social.
Baseado na autora Laura Perry, da Universidade de Murdoch, na Austrália, a pesquisa aponta que “um sistema educacional equitativo é aquele que possui três características:
1) os estudantes são levados a produzir de acordo com seu potencial (independentemente de sua classe social, lugar de residência, gênero ou etnia);
2) as necessidades de todos os estudantes são supridas; e
3) há suporte para que a maioria dos estudantes alcance resultados robustos”.
Para alcançar uma Educação equitativa, segundo a publicação, as Secretarias de Educação precisam investir em políticas compensatórias, como a fixação de professores e gestores experientes nas escolas com notas mais baixas.
A pesquisa foi realizada em parceria com o Itaú BBA e a Fundação Itaú Social e está disponível no link http://fvc.org.br/estudos-e-pesquisas/2012/analise-desiguladades-intraescolares-brasil-755286.shtml