Protagonismo Estudantil é tema de seminário no Piauí
Promovido pela Secretaria de Estado da Educação do Piauí (Seduc-P), em parceria com o Instituto Unibanco, evento teve como objetivo discutir a implementação de um ensino conectado aos desafios atuais
Evidenciar a figura estudantil e do professor no processo de aprendizagem em uma perspectiva atrelada à gestão escolar, sobretudo no Ensino Médio, e abordar práticas pedagógicas para o desenvolvimento de habilidades. Esses foram alguns dos objetivos do Seminário “Protagonismo Estudantil”, promovido pela Secretaria de Estado da Educação do Piauí (Seduc-PI), em parceria com o Instituto Unibanco, na última quinta-feira (14), no Centros de Educação de Tempo Integral (CETI) Zacarias de Góis – Liceu Piauiense, em Teresina.
O evento, que também foi transmitido pelo Canal Educação da Seduc-PI no YouTube, foi destinado a gestores escolares, coordenadores pedagógicos e Trios Gestores das Regionais de Teresina. A programação teve início com a apresentação da bailarina Paula Ribeiro, estudante da Unidade Escolar Barão de Gurgueia, da 4ª regional. Parte do Balé Jovem de Teresina, a adolescente conquistou, recentemente, uma bolsa de estudos em Nova Iorque.
Viviane Carvalhedo, diretora de mediação tecnológica da pasta, parabenizou a bailarina e resumiu a importância do tema do segundo evento do Ciclo de Seminários da Gestão Piauiense. “Protagonizar é mostrar talentos, evidenciar a cocriação dos nossos estudantes, a capacidade de fazer e contribuir em políticas públicas. Estamos aqui por eles e para eles. É poder dar à escola a sua identidade, a sua digital. Trazer à tona laços que identificam as características dos jovens. Essa ocasião traz à tona essas reflexões, que dialogam a respeito de políticas, do Novo Ensino Médio, que contribuem para uma educação cada vez melhor”, resumiu.
Depois, Carlos Alberto Silva, superintendente de Educação Básica (SUEB) da Seduc-PI, falou sobre a participação da escola em mudanças estruturais, comportamentais, na formação do intelecto, a importância de termos professores protagonistas de ações transformadoras. “Sabemos que conhecimento e educação transformam as pessoas e a sociedade. Esse processo só acontece se dermos as mãos, se trabalharmos juntos. A BNCC (Base Nacional Comum Curricular) veio com o propósito de mudarmos a educação, o Ensino Médio. Deu certo? Não, porque não demos passos largos. Só temos uma forma de fazer isso: na educação”, enfatizou.
A programação teve sequência com uma roda de conversa composta pela professora Elenice Nery, diretora da UTECE e Coordenadora Pró-BNCC da Seduc-PI; Caio Callegari, coordenador de Inovação e Políticas Educacionais do Instituto Unibanco; e Francisco Jaciel, estudante da 3ªsérie do Ceti Professor Joca Vieira, que iniciou sua participação destacando o poder da educação como influência formadora e a principal ferramenta para a evolução. “Sem educação, não tem como o ser humano se estruturar na vida. A escola, principalmente a de ensino integral, funciona como um ambiente de proteção, que afasta os jovens de situações de riscos e que, ao mesmo tempo, se torna um ponto seguro de motivação e confiança para alcançar objetivos futuros”, explicou. O pertencimento também foi mencionado pelo jovem. “A escola tem que causar o impacto de fazer que o aluno leve o ambiente escolar com ele”.
“O conhecimento só se torna saber quando está conectado às necessidades individuais”
Neste contexto, a professora Elenice Nery trouxe reflexões sobre acolhimento e o papel da escola para amparar o projeto de vida individual. Ela explicou que o protagonismo estudantil está atrelado ao protagonismo de outros atores escolares, como diretores, coordenadores, professores e toda a comunidade escolar. “Como eu vou dar essas condições se eu, professor, não acolho? Se eu, coordenador pedagógico, não acolho o meu professor quando ele promove alguma ação de protagonismo com os estudantes? Primeiramente, a gente precisa acolher. É muito fácil dizer ‘não’ antes de conhecer. Temos que considerar isso nas nossas agendas, atitudes, com capacidade de escuta. O acolhimento tem relação estreita com conceitos de identidade, de pertencimento”, analisou. Segundo ela, incentivar a capacidade de liderança estudantil, criar momentos de interação e propor debates são alguns exemplos para que as escolas promovam o protagonismo estudantil.
Em sua fala, Caio Callegari abordou propósito, inovação e a necessidade de compreensão de contextos variados.
“Ninguém se torna educador para fazer mais do mesmo. E o ponto de fazer algo diferente é o primeiro que nos conecta diretamente à juventude, de quanto os jovens podem nos ajudar. A inovação vem da invenção, da criação de uma ideia nova. Depois, a implementação prática disso, onde temos experiência de como fazer. Em geral, é mais fácil alguém ter uma ideia nova quando você observa de um ângulo diferente. E os jovens das nossas escolas olham o mundo sobre perspectivas e contextos completamente diferentes da que nós, educadores, vivemos, por questão de geração”.
Diante disso, o coordenador do Instituto Unibanco citou a recente Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), que trouxe dados a respeito de violência, abandono, consumo de álcool etc. “É conversando que podemos nos conectar. Promover o protagonismo também é escutar o que eles estão vivendo. O conhecimento só se torna saber, de fato, quando está conectado às necessidades individuais”, pontuou.
Ao final do painel, a conversa foi ampliada ao público, que participou com comentários, reflexões e interações com os palestrantes.
Assista ao Seminário Protagonismo Estudantil na íntegra, no Canal Educação do YT: https://youtu.be/hYJLm2Sng6o