Seminário debate sobre experiências de equidade racial e de gênero na educação
No Dia Internacional Contra a Discriminação Racial (21/03), aconteceu no Centro de São Paulo o seminário “Gente que Transforma a Educação: Experiências de Equidade Racial e de Gênero”. Promovido pelo CEERT – Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades, com apoio do Instituto Unibanco, do Sesc e da Fundação Ford, o evento debateu sobre a importância da diversidade na educação e apresentou projetos que foram contemplados nos últimos anos pelo Prêmio Educar para a Igualdade Racial e de Gênero, promovido pelo CEERT.
Um dos destaques foi o projeto“Ultrapassando os muros da escola”, realizado no Colégio Estadual Paulo César de Nova Almeida em Ibirapitanga, na Bahia. A prática tem como objetivo fortalecer a consciência crítico-social de estudantes e da comunidade local por meio de pesquisas, diálogos e atividades artísticas. “O projeto empoderou alunos a denunciarem qualquer atitude preconceituosa e racista”, comentou o professor Antônio José Santana Junior. Já o diretor Francisco Cruz do Nascimento ressaltou que a interdisciplinaridade, a participação da gestão e inclusão no currículo escolar foram essenciais para que a prática tivesse continuidade.
Odalícia Conceição, professora formada em Matemática, contou como começou a promover o debate sobre racismo na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Jornalista Rômulo Maiorana, na cidade de Ananindeua, no Pará, com o projeto “Eu não sabia que meus antepassados eram tão valorosos”.. Também foram apresentadas iniciativas do Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
Durante a palestra “Educação, História e Cultura”, o cientista político e escritor Carlos Moore enfatizou que “o racismo é um fenômeno dinâmico e permanente”, e que, por isso, é preciso inventar novas formas de luta para combatê-lo. Por fim, a professora Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva ressaltou a importância do apoio dos gestores para que o plano político pedagógico (PPP) contemple as questões étnico raciais. Para ela, os trabalhos desenvolvidos por professores contra o racismo é uma nova proposta para a educação, “por isso há tanta reação patriarcal”. A professora Petronilha foi uma das responsáveis pela implementação da lei 10.639/2003 que estabelece o ensino de História e cultura afro-brasileira e africana.
O evento terminou com uma intervenção artística do grafiteiro Enivo e show da cantora Mariene de Castro.