Seminário promovido pelo Instituto Unibanco e Seduc-GO debate democracia, direitos humanos, diversidade cultural e religiosa no cotidiano escolar
Cerca de 250 profissionais de educação acompanharam a abertura e palestra magna do evento, seguida por painéis que discutiram a educação vinculada aos temas da cidadania nas escolas
No dia 12 de novembro, data que marcou o Dia do Diretor Escolar, o Instituto Unibanco realizou o “Seminário Internacional Educação Cidadã e Convivência Democrática”, em parceria com a Secretaria de Educação de Goiás (Seduc-GO). O evento reuniu gestores, pesquisadores e especialistas da área de educação de diversas partes do país para discutir temas focados na promoção da cidadania, na construção de espaços que valorizem a diversidade, o desenvolvimento de competências cidadãs e a mediação de conflitos no ambiente escolar.
Com cerca de 250 participantes, o encontro foi realizado de forma híbrida. Pela manhã houve a abertura transmitida ao vivo pelo superintendente-executivo do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques, e a palestra magna do professor da Faculdade de Educação e diretor do Centro de Políticas Educacionais Comparadas da Universidad Diego Portales (UDP), Cristián Cox. Na parte da tarde, houve uma programação exclusiva em Goiás com palestras que aconteceram em formato presencial e trouxeram reflexões sobre democracia, direitos humanos, diversidade cultural e religiosa no cotidiano escolar.
Em um dos painéis, Juliana Pacheco, mestre em História pela UFG (Universidade Federal de Goiás), falou sobre a importância de escolas incorporarem os temas ligados aos direitos humanos no cotidiano, para que os estudantes se sintam aceitos como eles são e para que também aprendam a pensar coletivamente. “O papel da escola na construção de uma sociedade mais democrática e justa envolve criar estratégias educacionais que promovam os direitos humanos não apenas como uma pauta importante que precisa ser tratada, mas como uma defesa que deve estar presente em todos o cotidiano e trajetória escolar”, diz ela.
Mais do que incluir os direitos humanos na grade curricular das aulas, Juliana defende a integração desse tema com a democracia e com o sentimento de pertencimento e engajamento das crianças e jovens. “É preciso incorporar os estudantes na defesa dos direitos humanos para que eles sejam atuantes e se sintam pertencentes dentro do ambiente escolar em sintonia com a declaração universal dos direitos humanos”, explica.
Para José Neto, coordenador de acompanhamento das escolas de tempo integral, Direitos Humanos e Convivência Democrática da Seduc/GO, a educação conectada com as premissas da cidadania permite que os estudantes se reconheçam como sujeitos de diretos, proporciona condições para que eles possam exercer alguma liderança, fazer escolhas de vida e exercer o seu protagonismo. “É muito importante que as escolas consigam construir um repertório com a temática da cidadania para que os estudantes possam reconhecer a natureza e a intencionada das informações que eles recebem e, a partir disso, que eles consigam fazer uma leitura do mundo ao seu redor para se portarem diante dele como fonte de iniciativa, solução para os problemas da sociedade e potência”.
Neto destaca que há grandes desafios no Brasil para implantar as questões ligadas a cidadania nas escolas, embora isso possa contribuir para que os estudantes se reconheçam como sujeitos de diretos, mas eles veem reconhecendo cada vez mais a importância do tema. “A compreensão dos estudantes da temática da democracia e dos direitos humanos tem sido observada de maneira muito positiva em alguns lugares de Goiás. As respostas que eles estudantes têm dado tanto do ponto de vista da empatia, quanto do reconhecimento das violências, do racismo, da homofobia como prática violenta, enfim, notamos que cada vez mais essas práticas têm sido coibidas pelos próprios estudantes, que reconhecem a escola como um espaço para que todos possam construir o seu projeto de vida”, declara.