Seminário reforça protagonismo da equipe gestora das escolas e ações para a recomposição das aprendizagens no Ceará
Evento reuniu mais de 700 gestores e marca dez anos de parceria com o Programa Jovem de Futuro
A troca de experiências e o fortalecimento de ações pedagógicas estratégicas foram pontos destacados no “Seminário de diretores – Liderança escolar e aprendizagem: perspectivas para a escola do presente e do futuro”, realizado nos dias 2 e 3 de junho no Centro de Eventos do Ceará. Promovido pela Secretaria da Educação do Estado do Ceará (Seduc-CE) e o Instituto Unibanco, o evento reuniu mais de 700 gestores da rede estadual de ensino e marcou os dez anos da implementação do programa Jovem de Futuro no estado.
A programação trouxe painéis temáticos sobre recomposição das aprendizagens, priorização curricular, liderança na gestão escolar e processos de avaliação educacional. Entre outros convidados e profissionais da rede, estiveram presentes a governadora Izolda Cela; a secretária de Educação do Estado do Ceará, Eliana Estrela; a gerente de Implementação de Programas e Projetos Educacionais no Instituto Unibanco, Maju Azevedo; e o cientista chefe em Educação do Estado do Ceará, Jorge Lira. Também marcaram presença os ex-secretários da Educação Idilvan Alencar, Maurício Holanda e Rogers Mendes.
A governadora falou sobre o trabalho com o Instituto para a manutenção e ampliação de projetos focados na recomposição da aprendizagem, acolhimento e a interação entre os estudantes.
“É muito bom andar em boa companhia nesta estrada de melhoria da educação. Contamos com tanta gente dedicada, principalmente nas escolas, na linha de frente, onde as coisas acontecem. É uma parceria saudável, orgânica, que começou de um jeito e, pouco a pouco, fomos nos transformando. Existem aprendizagens de ambos os lados, que ajudam a rede como um todo”, disse Izolda.
Aprendizagem e acolhimento
Sobre o momento atual dos estudantes, a governadora destacou a relevância do momento para qualificar a avaliação de resultados e escutar os profissionais que conduzem a força-tarefa em prol da educação pública cearense. Na sequência, abordou dois pontos: recomposição das aprendizagens e fortalecimento de ações para acolhimento e suporte emocional.
“Os anos sem atividades presenciais cobram a sua fatura. Além de oferecer tecnologia, recursos, e pensar em formatos de mais tempo para que os jovens possam contar com um apoio diferenciado, inclusive com psicólogos, para desatar nós e fortalecer ações que cativem os jovens”, analisou.
Nesse contexto, a secretária de educação Eliana Estrela comentou que a escola cearense vem se fortalecendo sob o ponto de vista da qualidade e da equidade.
“Tenho a certeza de que todas as conquistas alcançadas são resultado do trabalho e da dedicação de uma rede de educadores comprometidos com um futuro melhor para nossas crianças e jovens. Reconheço o papel firme que a liderança escolar exerce nesta trajetória”.
Organização com resultados e felicidade pelo reencontro presencial
Na sequência, Maju Azevedo valorizou a parceria e enalteceu a atuação conjunta. “É um trabalho desenvolvido de forma consistente. O Ceará é um farol para o país. A localidade e a regionalidade têm capacidade para enfrentar seus problemas, mas é necessário visão e prática sistêmica para que possamos enfrentar todas as desigualdades regionais. Somos parceiros há dez anos, e queremos continuar. Agradecemos a confiança e que possamos manter e ampliar esse conjunto de políticas e práticas. Estamos absolutamente conectados com os desafios colocados, no sentido de, junto com vocês, enfrentá-los”, pontuou.
Todo o trabalho do Jovem de Futuro é refletido nas escolas parceiras, como conta Diógenes de Sousa, há quatro anos como diretor da Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral (EEMTI) Zélia de Matos Brito, em Guaramiranga. Presente na rede estadual desde 2000, ele destaca os benefícios do programa.
“Nos ajuda a sentir de perto a realidade da escola. Quando você passa a analisar os indicadores, trabalhar em cima de resultados e correr atrás de metas, isso faz com que seu trabalho tenha uma organização mais eficaz, para seguirmos um roteiro, inclusive no desafio da educação integral. Conseguimos trabalhar o planejamento de várias ações voltadas para atingir os objetivos, como recuperação da aprendizagem, aumentar a frequência dentro de sala de aula e combater a evasão”, explicou.
Diógenes salientou ainda o reencontro presencial com os colegas da rede.
“Momento para compartilhar, para rever amigos e sentir o calor humano. Essa proximidade proporciona troca de experiências, afeto, que a gente precisa demais, e para nos manter a par sobre as ações em desenvolvimento para melhorar a educação cearense”, disse.
“Reinventar” foi a palavra-chave no depoimento de Iaracy Ferreira, diretora na EEMTI Vicente de Paulo da Costa, Juritianha, na Crede 3 – Acaraú. Na pandemia, a escola da zona rural precisou se reinventar, principalmente com o apoio da tecnologia, e alinhar ações para não permitir a perda de vínculo. Ela elogiou o evento e a atuação do Programa Jovem de Futuro.
“Agradeço este momento de conversa, de ouvir, de aprender para minimizar os impactos da pandemia e poder aplicar, com algumas adaptações, em nossas escolas. O Jovem de Futuro foi entrando na nossa realidade. Hoje, todas as escolas do Ceará trabalham a gestão por resultados. O circuito, as correções de rota. Enfim, tudo nos ajuda, seja na elaboração do projeto, como isso vai acontecer ou notar o que é possível realizar. A gente sistematiza, acompanha, monitora e vê os resultados. A organização é o grande diferencial”, revelou.
A necessidade de adaptação também foi mencionada por Carlos André, diretor da EEEP (Escola Estadual de Educação Profissional) Doutor José Iran Costa, em Várzea Alegre, contou que todos os momentos são úteis para tentar minimizar as perdas educacionais. “No horário de aula, já delimitamos o momento específico para isso. Existe uma carga horária específica que não vai comprometer as demais disciplinas específicas. O grande desafio é a Matemática, o que foi geral em toda a rede. Usamos os projetos interdisciplinares, células cooperativas de aprendizagem, organizamos grupos de estudo, com monitoria de estudantes e a tutoria de um professor, durante os intervalos do almoço, que é de quase 2h”.