Em Nova Iguaçu (RJ), no bairro Rancho Fundo, foi fundada a Associação de Moradores, na década de 1990, com o objetivo de reivindicar serviços públicos para a população local e ofertar atividades de formação e de inclusão social para crianças e adolescentes. Atualmente, suas atividades também atendem às famílias por meio da educação, da cultura e do esporte, além de palestras para promover o resgate da vida, da dignidade e da cidadania em um contexto de vulnerabilidade social.

As oficinas de dança e teatro também são destaques dentre as oportunidades oferecidas pela associação. “Por meio da dança, trabalhamos a autoestima, a valorização da vida, promovendo valores éticos, mudanças de comportamento e a inclusão social de nossos beneficiários. Além da diversão, o teatro ajuda crianças e adolescentes a lidarem melhor com suas emoções e questões do cotidiano, porque muitas peças que ensaiam se relacionam com as vivências de suas realidades. Também estimula o autoconhecimento, a interação com as pessoas, a criatividade e o aumento do senso de responsabilidade. Alguns resultados das oficinas são mais comuns entre os participantes, como a melhoria da coordenação motora, aumento da flexibilidade e da resistência física e redução do estresse e melhora do bem-estar emocional”, explicaram Albana Bomfim Santana, coordenadora de projeto social, Rodrigo Mendes, Christiano Nonato e Lilian Lopes, educadores da associação.

Na área da educação, os públicos-foco são crianças, adolescentes, jovens, pessoas com deficiência, pessoas do grupo LGBTQIAPN+, pessoas negras e pessoas em situação de vulnerabilidade social. Dentre as ações ofertadas estão sacola literária, rodas de conversa, rodas de leitura, leitura compartilhada, dinâmicas com temas diversificados e parada do meio ambiente. Só em 2022, a associação atendeu mil pessoas dos bairros Rancho Fundo, Monte Castelo, Vila Iguaçuana e Santa Rita, fazendo parceria com escolas públicas.

Impacto do Programa de Fortalecimento Institucional

Com a participação no programa do Instituto Unibanco, a Associação de Moradores do Rancho Fundo definiu três objetivos para seu Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), a serem trabalhados até 2023: ampliar a captação de recursos, elaborar a visão e as estratégias de longo prazo da organização, ambos parcialmente atingidos, e promover o monitoramento das atividades oferecidas e geração de aprendizado, meta já cumprida.

Com o propósito de conseguir mais recursos, a equipe tem passado por capacitação sobre como redigir projetos para submeter a editais e leis de incentivo. Duas iniciativas já foram aplicadas a editais, sendo que uma delas não conseguiu aprovação, o que suscitou uma reflexão sobre como aprimorar esse processo. Além disso, realizaram um bazar beneficente para captar recursos.

Na parte de gestão, a instituição vem informatizando documentos e uma matriz avaliativa está em construção para que haja um controle mais eficiente sobre o que realizam, os objetivos e indicadores de cada ação e os métodos utilizados.

A retomada das atividades presenciais foi outro avanço em 2022, depois de um período complexo, gerado pela crise da pós-pandemia. “Conseguimos qualificar mais nossas ações a partir dos encontros com as famílias, em um evento realizado em junho, trazendo oportunidades às populações mais vulneráveis por meio de diversos serviços públicos, como CRAS, saúde, orientação jurídica, além de doação de enxoval para bebês, corte de cabelos, brincadeiras, oficinas literárias, apresentação das crianças das oficinas de dança e teatro com um lindo desfile de material reciclado”, contou Maria Moreira de Albuquerque, presidente da Associação.

A associação entrou no ano 2023 com a missão de revisar objetivos e resultados alcançados no ano anterior e investir fortemente na ampliação das fontes de captação de recursos.

“A associação está vivendo um processo de transformação. Diante da pandemia foi necessário pensar em novas estratégias, mudar metodologias. Ficou claro o impacto positivo para as crianças das atividades culturais, da formação para a cidadania. A cultura tem um efeito positivo e contribui para o processo de aprendizagem da criança, para o diálogo, para a socialização.”