Evento promovido pela Seduc-PI, em parceria com Instituto Unibanco, contou com a apresentação de iniciativas de acolhimento no combate ao abandono e à evasão escolar

Educadores presentes no Seminário “A Cultura do Acolhimento no Espaço Escolar no Piauí’(Foto: equipe territorial do JF-PI)

A Secretaria de Estado da Educação de Piauí (Seduc-PI) e o Instituto Unibanco promoveram, em 25 de agosto, o seminário A Cultura do Acolhimento no Espaço Escolar no Piauí, focado no estratégias voltadas ao acolhimento do aluno no espaço escolar e sua importância na reconstrução de espaços e tempos sistêmicos de escuta e acolhimento dos integrantes da educação piauiense, bem como o enfrentamento das lacunas de aprendizagem. Realizado no Auditório da Escola Fazendária, o evento foi transmitido ao vivo pelo Youtube.

Com mediação de Viviane Carvalho, Diretora da Mediação Tecnológica da Seduc-PI, o evento teve a participação de Carlos Alberto Silva, superintendente de Educação Básica; Mazé Mendes, diretora da unidade de ensino e aprendizagem; Elaíse Carla Soneghetti, diretora escolar de Ensino Médio; Lidiane Maria Carvalho Mendes, psicóloga da equipe multidisciplinar do 18º regional; e das gestoras Ariadna Gonçalves e Isabel Pereira de Araújo.

Ao dar boas-vindas aos participantes, Carlos Alberto trouxe a contextualização da Covid-19 e lembrou da importância do acolhimento no ambiente escolar.

“Nós, professores, temos que sempre abraçar o outro. Eu tenho uma regra, que é a seguinte: vou fazer para o próximo aquilo que eu acho que tem que ser feito, para que esse próximo possa fazer com os meus. Essa é a regra de ouro, esqueça o resto. Conviver é uma arte, acolher é a nossa missão, então acolhimento tem que ser todo dia, toda hora, estar presente. A gente aqui faz o que estamos dizendo, como a busca ativa, porque buscar é acolher. Se você não veio a escola, precisamos saber o que aconteceu, pegar na mão, ver se está faltando alguma coisa. Isso é acolhimento”, afirmou.

Em seguida, Mazé compartilhou um pouco de sua experiência no acolhimento dos estudantes e questionou sobre a ideia de que os alunos estão desinteressados. “O que estamos fazendo de diferente para que eles se interessem? Não é preciso muita coisa, é necessário acolher, não só o gestor precisa, mas toda a rede escolar. É estar atento, observando e escutando o que os alunos têm a dizer, o porquê daquele aluno estar faltando etc.”

Elaíse Carla, por sua vez, destacou que a cultura do acolhimento é essencial para a melhoria do desempenho das escolas, além de ressaltar a necessidade do olhar individual a cada aluno. “Não podemos perder de vista que a aprendizagem passa pela afetividade em todos os aspectos. Quando a afetividade está presente nas relações, a aprendizagem ocorre de uma forma muito diferente. As respostas que os alunos ofertam também é muito diferente, a forma como o professor percebe a comunidade, o estudante, família, os demais colegas, também é diferente. E, nessa reciprocidade de afetividade, todo o ambiente da escola é impactado positivamente”, explicou.

Já Lidiane aproveitou sua fala para destacar os desafios de aprendizagem dos estudantes que entraram no ensino médio em 2020, no início da pandemia.

“Os alunos do 3º ano do Ensino Médio passaram os últimos anos longe da escola, e estão com medo de fazer o ENEM. Além disso, temos a questão do aumento da evasão escolar, essa semana mesmo uma escola indicou um abandono de 25 alunos por questões de vulnerabilidade econômicas”, lembrou.

A especialista mencionou também uma parceria com a Unidade de Educação Técnica e Profissional (UETEP), na qual buscaram recursos para levar opções de oficinas para a escola, nas quais os próprios estudantes puderam escolher cursos de seu interesse.

Ariadna, por sua vez, contou sobre a escola em que atua, que promove a cultura do acolhimento desde antes da pandemia, com inúmeros projetos aplicados por eles no chão da escola, como, por exemplo, o projeto Acolhida Diária – Comunicação objetiva e clara, no qual são separados 20 minutos por dia para ouvir os alunos e compartilhar a programação do dia. “É a partir do entendimento do aluno sobre o que ele está sentindo, que a escola pode pensar e estruturar ações para oferecer a ajuda necessária ao mesmo”, afirmou.

Encerrando o seminário, Isabel contou um pouco sobre as práticas de acolhimento da escola em que atua, iniciadas devido à pandemia. A escola atende estudantes em vulnerabilidade social de 28 comunidades do entorno, e para acolhê-los, adotou algumas estratégias, como ligações, visitas, reuniões com pais e mestres, campanha de doações, reuniões diárias e pontuais com as famílias; campeonatos de embaixadinha; queda de braço; futpátio (ação que ocorre durante o sábado letivo); recreio conduzido pelo grêmio; aulas-passeio; fanfarra etc. “Na pandemia, nossa escola tinha 280 alunos, mas aquele foi o nosso melhor laboratório. Agora, temos 486 estudantes”, lembrou, destacando os resultados das ações desenvolvidas.

A íntegra do seminário A Cultura do acolhimento no espaço escolar no Piauí está disponível em