Realizado pela Secretaria de Estado de Educação de MG e pelo Instituto Unibanco, evento também abordou as perdas na educação causadas pela pandemia

A Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) e o Instituto Unibanco realizaram no dia 7 de dezembro, o 4º Seminário de Gestão Educacional do Ensino Médio: conquistas de 2021 e desafios para 2022. O encontro online, transmitido via YouTube, teve como pauta as estratégias para a recuperação e ampliação da aprendizagem dos estudantes pós pandemia e a implementação do Novo Ensino Médio nas escolas estaduais mineiras.

Com abertura do superintendente-executivo do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques, e da secretária adjunta de Estado de Educação, Geniana Faria, o evento teve palestras de Chico Soares, professor-emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); Esther Barbosa, superintendente de Políticas Pedagógicas da SEE-MG; e Mônica Oliveira, diretora de Ensino Médio da SEE-MG. A mediação foi feita pela gerente de Implementação de Projetos no Instituto Unibanco, Maria Julia Azevedo, e o encerramento teve a palavra da secretária de Estado de Educação de Minas Gerais, Julia Sant’Anna.

Para Geniana Faria, a educação tem exigido um olhar ainda mais cuidadoso dos gestores.

“Temos o desafio de fazer com que os nossos estudantes aprendam, que estejam nas nossas escolas, que mantenham esses vínculos e que continuem se sentindo pertencentes a esses espaços”.

Ela também afirmou os avanços no combate ao abandono escolar: “conseguimos, em 2021, fortalecer ainda mais a prática de gestão. Tivemos de buscar coerência dos nossos trabalhos para que estivéssemos alinhados, com muita clareza de qual era o nosso objetivo”. A secretária adjunta lembrou ainda da contribuição do Programa Jovem de Futuro, realizado em parceria com o Instituto Unibanco, no apoio à rede estadual para a melhoria de seus mecanismos de gestão.

Em seguida, Ricardo Henriques fez questão de agradecer a todos pelo seu empenho.

“É evidente que essa sequência de 2020 e 2021, atravessados pela pandemia, exigiram não só a resiliência, mas a resiliência com qualidade. Essa dedicação de conseguir estar no dia a dia da escola sob um contexto de tamanha adversidade tem que ser reconhecida e valorizada”.

Segundo ele, a qualidade do resultado que esperamos dependerá enormemente da coerência da política educacional entre a Secretaria e cada escola, “e nesta coerência, dependerá da capacidade de uma visão da gestão escolar que seja organizadora do processo de aprendizagem dos estudantes”.

A fala do professor Chico Soares foi pautada na ideia de aprendizagem e nos mecanismos para alcançá-la, destacando a importância de um ensino focado em habilidades, para que se desenvolvam as competências dos alunos. O professor lembrou ainda que as desigualdades na educação se aprofundaram na pandemia e que combatê-las deve ser um dos focos de toda gestão educacional no pós-pandemia.

“Não podemos, no Brasil de hoje, continuar jogando essas diferenças para debaixo do tapete. Qualidade para poucos não é qualidade. É muito importante a gente falar ‘puxa, sobrevivemos’, mas a nossa missão tem que ser uma missão de continuar a reunir, mas fazer um esforço para trazer todo mundo”, afirmou.

Esther Barbosa, por sua vez, trouxe um panorama do que a secretaria construiu nos últimos anos, lembrando os objetivos básicos norteadores de sua atuação: mitigar a evasão e o abandono escolar; assegurar a aprendizagem do estudante; e reduzir desigualdades educacionais. Para ela, a atenção individual é fundamental:

“falar de todos nem sempre é falar de cada um. A gente precisa lembrar de cada um. Então, a diversidade interna do nosso público estudantil, das comunidades escolares, precisa ser considerada na implementação, na escrita, na discussão de política pública, no retorno da avaliação que é feita dessa política, para que possamos recalcular a rota, replanejar”.

Já Mônica Oliveira falou sobre a necessidade de transformação do Ensino Médio, que começa a acontecer a partir do novo currículo.

“Por isso, somos desafiados com esse volume considerável de mudanças e essas mudanças passam pelo engajamento do estudante, que tem a ver com a condição e a identidade, a aspiração, o desejo de cada um dos nossos estudantes, mas passa também pelo nosso estímulo enquanto professores”.

Segundo ela, o Novo Ensino Médio estimula o protagonismo dos estudantes e dá mais autonomia, considerando uma aprendizagem que faça sentido.

No encerramento do evento, a secretária de Estado de Educação de Minas Gerais, Julia Sant’Anna, destacou seu orgulho pelo fato de Minas ter alcançado em 2019 seu melhor resultado no Ideb.

“Cada um dos diretores, professores e servidores dessa rede teve esse troféu, que foi conseguir entregar o maior Ideb da história de Minas Gerais no Ensino Médio, mesmo numa situação tão complicada em relação à situação financeira que a gente se encontrava e se encontra ainda”.

A secretária agradeceu a parceria do Instituto Unibanco no avanço da gestão da rede, que classificou como sensível e atuante. “O que você precisa? Essa é a pergunta mais bonita que existe de um parceiro. A gente tem que agradecer muito isso, essa sensibilidade e essa atuação”.