Encontro foi transmitido ao vivo pelo canal do Youtube do Instituto com tradução simultânea em libras

Na última quarta-feira (22), o Instituto Unibanco e a Escola do Parlamento da Câmara Municipal de São Paulo promoveram o webinário Educação e Mudança Social, último da série Paulo Freire 100 anos. Com abertura de Ricardo Henriques, superintendente-executivo do Instituto Unibanco, o evento online contou com a participação de Macaé Evaristo, vereadora da Câmara Municipal de Belo Horizonte (MG); Silvio Meira, presidente do conselho de administração do Porto Digital e Movimento Maker do Recife; e Miguel Arroyo, professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A mediação ficou a cargo de Maju Azevedo, gerente de Implementação de Projetos do Instituto Unibanco.

Ricardo Henriques, abriu a mesa de debates contextualizando o tema.

“Esse é o nosso 25º encontro deste ano. A série de webinários que estamos promovendo é sobre educação para juventude com o intuito de promover reflexões sobre o que está em jogo na educação, sobretudo educação pública nessa conjuntura tão atípica da pandemia. Esses encontros projetam uma visão de futuro para juventudes como um todo; discutindo estratégias e soluções emergenciais, mas sempre pensando nessa cauda longa de saída da pandemia e uma visão mais inclusiva, democrática e transformadora da educação”, inicia.

Maju Azevedo iniciou a mediação do debate promovendo uma reflexão e convite aos ouvintes, a consumirem às obras de Paulo Freire.

“Nesse terceiro encontro em homenagem ao nosso querido mestre Paulo Freire, temos nos perguntado sobre duas coisas: como é que podemos promover a equidade na educação e como promover uma educação para equidade? Como é que o Paulo Freire nos ensina sobre essa questão? Nesse contexto, eu gostaria de convidar todos aqueles que ainda não puderam fazer uma leitura mais aprofundada da biografia do Paulo Freire. Fica aqui o convite, se você não teve ainda oportunidade de consumir as obras dele: experimente. O diálogo com ele é muito motivador, a escrita dele é muito generosa e nos convida realmente a olhar para o nosso contexto e desafios”, comenta.

Macaé Evaristo, por sua vez, ressaltou que desnaturalizar a iniquidade é compreender que vivemos em uma sociedade que se estrutura sob sistemas opressores.

“A primeira coisa que eu queria trazer do Paulo Freire, que eu aprendi com ele, foi entender que a iniquidade, ela não é natural. Dizer que, apesar de muitas vezes a gente conviver em espaços e ambientes; e à sociedade querer transmitir naturalidade, a iniquidade não é natural. Nesse contexto, a nossa tarefa como educadores é desvelar as injustiças e denunciar opressões estruturais e conjunturais que vivemos nesta sociedade. Opressões essas, que também estão presentes no ambiente escolar; porque a escola não é neutra e guarda em si também as contradições que a gente vive na sociedade brasileira. Então, talvez esse seja o primeiro ponto para dialogarmos com essa ideia de uma educação para mudança social”, pontua.

Em seguida, Silvio Meira, falou sobre Paulo Freire e a crise no espaço político, sobre a pedagogia do oprimido.

“Nesse contexto, a educação tem que necessariamente conectar o aprendizado à mudança social. A educação tem que ser necessariamente experiência, mas não experiência do laboratório da escola, experiência do laboratório da vida. Da grande vida na sociedade ao nosso redor; uma sociedade onde a definição de cultura, talvez seja a disputa e o embate permanente de poderes entre eles. Assim, a educação é obviamente política e, talvez a gente devesse levar sempre em conta que – seja lá qual for o espaço educacional que merecesse esse nome, ele devia levar o estudante a refletir sobre a vida, o tempo, a gerenciar a si próprios e a ter uma agência crítica sobre a sua realidade”, reflete.

O professor Miguel Arroyo, refletiu sobre Paulo Freire na atualidade.

“Paulo Freire se deixou interrogar por seu tempo. Ele não foi um pedagogo do futuro; pois ele fala muito pouco de mudança social para um dia chegarmos a um determinado lugar. Paulo Freire pensa no presente. O educador reflete sobre as decisões, lutas e existências do presente. Portanto, olhemos para o presente, não pensemos só no futuro, nem sequer em mudar o presente para o futuro. Enquanto estamos tentando mudar o futuro, acabamos esquecendo que o presente é brutal, cruel e desumano; e pouco fazemos para pensar e corrigir essas desumanizações”, pontua.

O webinário Educação e Mudança Social está disponível na íntegra, no canal do Instituto Unibanco no Youtube:

Educação Inclusiva: um lugar para todo mundo

Na próxima quarta-feira (29), às 16h, o Instituto Unibanco e o Instituto Alana promovem o webinário Educação Inclusiva: um lugar para todo mundo. Com abertura Ana Lucia Villela, presidente do Instituto Alana; e o debate tratará da importância da educação inclusiva e seus feitos benéficos a todos os estudantes. O evento contará com a presença de Rodrigo Hübner Mendes, diretor do Instituto Rodrigo Mendes; Sérgio Nardini, autor do livro e da página homônima Pai de Rodinhas; Raquel Franzin, diretora de Educação e Cultura da Infância do Instituto Alana; e mediação de Felipe Souza, coordenador de Implementação de Projetos do Instituto Unibanco.

Aberto ao público, o webinário será transmitido ao vivo, a partir das 16h, no canal do Instituto Unibanco no YouTube: https://www.youtube.com/user/institutounibanco