Evento realizado pelo Instituto Unibanco reuniu representantes das esferas municipal, estadual, legislativa e civil para debater a Educação Pública

 No dia 17 de março, o Instituto Unibanco realizou a abertura do ciclo de webinários 2021, que tem como tema geral a Educação para juventudes. O primeiro evento foi o webinário Políticas educacionais em meio à pandemia.  O encontro contou com a participação de Vitor de Ângelo, presidente do Conselho Nacional de Secretários da Educação (Consed) e Secretário de Educação do estado do Espírito Santo; Maria Elza da Silva, dirigente municipal de Educação de Bonito/PE; Idilvan Alencar, Deputado Federal (PDT-CE) e membro da Frente Parlamentar Mista da Educação; e Edneia Gonçalves, coordenadora executiva adjunta na Ação Educativa, Assessoria, Pesquisa e Informação. Com transmissão ao vivo pelo YouTube e tradução em libras, a mediação foi de Ricardo Henriques, superintendente-executivo do Instituto Unibanco.

Abrindo o evento, Ricardo Henriques falou sobre a importância deste novo ciclo de webinários no fortalecimento do debate sobre a educação pública frente à crise que o Brasil está enfrentando. Destacou também a necessidade de ações e planejamentos intersetoriais para garantir os direitos básicos dos estudantes e profissionais da Educação. “Com este encontro, buscamos pensar as articulações possíveis no momento. É importante discutir o sistema nacional de educação, fomentando a conexão entre governos estaduais e municipais e, para além disso, aliando o legislativo com a sociedade civil”, afirmou.

Vitor de Ângelo trouxe em sua apresentação uma reflexão sociológica sobre atual conjuntura da sociedade brasileira, que pouco confia nas medidas propostas pelos governantes e gestores durante a pandemia. Segundo ele, a falta de uma coordenação nacional foi um grande empecilho para o processo de reabertura das escolas. “O que muito me preocupa é que nós não conseguimos enfrentar com a devida força os problemas complexos diante de nós: a garantia da aprendizagem e o combate à evasão. Não temos uma coordenação nacional efetiva. No ano passado, coube ao Consed, à Undime e às organizações das mais diversas áreas, como Instituto Unibanco, criarem projetos para esta crise. Em 2021, temos enormes desafio”, concluiu.

Para Maria Elza, as maiores dificuldades dos municípios na atualidade estão na garantia da oferta da educação, da aprendizagem dos estudantes, da manutenção de seu vínculo com as escolas e do combate à evasão. Para ela, é fundamental que os agentes públicos fomentem a participação social no processo de enfretamento da crise e escutem as demandas apresentadas pelas comunidades escolares. “A dificuldade nos trouxe para uma nova relação entre escola e família, mais próxima e conectada. Com isso, as famílias passaram a entender e valorizar mais o espaço escolar, e a sociedade passou a valorizar mais o professor”, explicou.

Na sequência, o Deputado Idilvan Alencar comentou sobre o papel do legislativo na educação pública diante da pandemia. Para ele, um ano após do fechamento das escolas, o Ministério da Educação (MEC) ainda não apresentou uma coordenação, nem um trabalho efetivo para o enfrentamento da crise. Nesse cenário, o legislativo precisou tomar as rédeas para auxiliar os secretários de educação, com a proposição de projetos e leis específicos para a educação na pandemia e a atuação pela manutenção da vigência de leis já aprovadas anteriormente. “O Ministério da Educação está atuando como se não houvesse coronavírus no Brasil, como se estivesse tudo normal. E o parlamento, neste momento difícil, conseguiu ter algum protagonismo nas discussões sobre educação”, disse.

Por fim, Edneia Gonçalves colocou seu olhar quanto representante de uma organização da sociedade civil. Nos últimos anos, foi necessário criar redes e fortalecer as frentes já existentes pela defesa da vida e da democracia. Segundo ela, é impossível discutir educação de maneira isolada. “O ambiente escolar também se constitui como um espaço de proteção para as populações mais vulneráveis. O fato de esses jovens não estarem nas escolas corrobora para o aumento das violências domésticas e da mortalidade da juventude negra. Vemos a escola como uma grande articuladora do direito à vida”, afirmou.

Finalizando o encontro, Ricardo Henriques agradeceu a participação de todos. “A ideia que fica é de que há a possibilidade de criarmos esperanças na escola com uma educação que humaniza os estudantes e que indica a aprendizagem contínua na sociedade do conhecimento. Neste momento, temos que reverenciar os professores e os profissionais da educação pelo trabalho realizado”.

Para assistir ao webinário Políticas educacionais em meio à pandemia, acesse:

Perspectivas efetivas de aprendizagem para todos e todas

O próximo webinário do ciclo Educação para Juventudes, no dia 24 de março (quarta-feira), discutirá as perspectivas efetivas de aprendizagem, com foco nos estudantes do Ensino Fundamental 2 e do Ensino Médio. Com mediação de Maria Julia Azevedo, gerente de implementação do Instituto Unibanco, o encontro contará com a participação de Roberto Lent, neurocientista e coordenador-geral da Rede Nacional de Ciência para Educação; Katia Stocco Smole, diretora do Instituto Reúna e fundadora do Grupo Mathema; e Jorge Lira, Professor titular e pró-reitor de pesquisa e pós-graduação da Universidade Federal do Ceará. O webinário  Perspectivas efetivas de aprendizagem para todos e todas será transmitido ao vivo pelo canal do Instituto Unibanco no YouTube, com tradução em libras, a partir das 16h.