Na Cirandar, a captação de recursos avançou e a equipe está mais engajada
Sediada em Porto Alegre (RS), desde 2008, a Cirandar desenvolve ações nas áreas de educação e cultura, democratização, justiça social, saúde, comunicação e novas tecnologias, em parceria com movimentos sociais, governos, instituições da sociedade civil, integrando as redes sociais de culturas locais.
A organização tem como propósito ser referência na promoção da vida de crianças, jovens e suas famílias, por meio da consolidação de programas e projetos de assessoria, consultoria, pesquisas e formação,
que promovam a educação integral e as culturas populares.
A Cirandar está em três espaços. Desde abril de 2022, por meio de um convênio com uma organização evangélica, mantém uma sede em uma das ruas mais movimentadas do centro do município, totalmente aberta à população local, que costuma sentar-se para ler ou, ainda, emprestar livros da biblioteca. Também é onde as crianças participam da contação de histórias. No totem “Pegue e Leve”, várias publicações ficam disponíveis para doação.
A segunda sede está localizada na Vila Chocolatão, um conjunto habitacional na zona leste de Porto Alegre, onde moram muitas famílias de catadores de materiais recicláveis. Por isso, na entrada desse complexo, foi construído um galpão de reciclagem que se tornou fonte de subsistência de boa parte da comunidade. Para crianças e adolescentes do conjunto habitacional, a Cirandar implementou o projeto “Desenvolvimento Integral na Biblioteca Comunitária Chocolatão” para fortalecer as dimensões cultural, emocional e afetiva, intelectual, corporal e social dos beneficiários. As atividades são desenvolvidas por artistas convidados, oficineiros e educadores sociais no contraturno escolar, e têm como objetivos promover a alfabetização e o letramento para melhorar indicadores como anos de estudo, defasagem idade-série e frequência escolar.
A organização também atua nas ilhas do arquipélago do rio Guaíba, com uma biblioteca alocada em unidade móvel, no Centro Social Marista.
As bibliotecas comunitárias são foco da Cirandar, que acredita que a leitura é um direito humano essencial para conscientização, curiosidade e empoderamento das pessoa. Por isso, apoia ações e projetos relacionadas à formação de leitores. Seu trabalho ajudou a fortalecer a Rede de Bibliotecas Comunitárias de Porto Alegre, um coletivo de mais de 15 bibliotecas, que integra a Rede Nacional de Bibliotecas Comunitárias (RNBC).
A Cirandar realiza diferentes atividades nas suas sedes, como clube de leitura para estudantes de escolas da região, formação de professores, saraus, encontro com autores, eventos e oficina de Língua Portuguesa para refugiados senegaleses.
Impacto do Programa de Fortalecimento Institucional
Com o objetivo de avançar em seus propósitos, a Cirandar definiu três desafios para trabalhar, a partir dos recursos obtidos pelo edital do programa: implementar estratégias de estabilidade para a captação de recursos, desenvolver um processo de avaliação institucional regular e participativo e desenhar estratégias de avaliação e feedback da equipe para melhorar a gestão de pessoas, esse último já atingido.
Na área de captação de recursos, a dupla responsável criou uma rotina mais consistente, o que melhorou o monitoramento de novas fontes, como editais e leis de incentivo. Essa rotina já trouxe resultados, como a captação de recursos de emendas parlamentares, com expectativas promissoras também para 2023. “Antes do programa do Instituto Unibanco, a gente só pensava sobre ‘entre um respiro e outro’. Quando tivemos essa consciência da importância da captação, traçamos alguns planos, como reuniões semanais para olhar para editais em que pudéssemos nos aplicar. Depois percebemos que podíamos ir além de editais, buscando parcerias para apoiar processos, subsídios e descontos em produtos que já comprávamos para a instituição”, relata Márcia Cavalcante, coordenadora institucional do Cirandar. “Também nos demos conta de que captação fortalece e amplia os relacionamentos. Por isso, ampliamos a comunicação, criando editorias com conteúdos que trouxessem mais credibilidade, levassem mais informações aos nossos parceiros. Nesse final de ciclo do programa, chegamos transformados, mais seguros para concretizar nossos sonhos”, complementa.
Com relação à gestão de pessoas, houve uma ampliação de benefícios e melhor remuneração para a equipe. Conversas internas e instrumentos de avaliação deram suporte para que os colaboradores pudessem se sentir mais contemplados. O resultado foi a perceptível participação mais ativa de todos, engajamento e atenção maior à captação de recursos e a compreensão da importância da gestão compartilhada.
Neste ano, a organização está focada em ampliar a diversidade de fontes de recursos, olhando para oportunidades internacionais, e aprimorar a avaliação institucional, com metodologias e registros específicos que amplifiquem a escuta da equipe, de parceiros e beneficiários.
“Observamos uma gestão mais aprimorada, com equipe mais centrada nos planos de trabalho e recebendo feedbacks periódicos para ajustar as demandas ainda no percurso. Também observamos uma mudança em relação à comunicação, a partir de ações de divulgação mais assertivas. A comunidade está mais próxima da organização”.
Márcia Cavalcante, coordenadora institucional do Cirandar