A alimentação saudável é fundamental para o aprendizado
No último domingo foi o Dia Mundial da Alimentação, data que relembra os 77 anos da criação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), uma iniciativa que tem o objetivo de levar a segurança alimentar a todos e garantir o acesso regular a alimentos de alta qualidade. Neste ano o tema “Não deixe ninguém para trás” alerta para o risco global alimentar diante do cenário de guerras e o contexto pós-pandêmico.
No Brasil a fome se tornou ainda mais preocupante em 2022, já que 33,1 milhões de pessoas não têm o que comer e mais da metade da população brasileira (58,7%) convive com a insegurança alimentar em algum grau. É o que aponta o 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN). De acordo com o mesmo levantamento, em lares com três ou mais pessoas com até 18 anos de idade a fome atingiu ¼ das famílias (25,7%). Isso significa que boa parte dos alunos terá sua habilidade cognitiva afetada negativamente, uma vez que pesquisas já constataram a relação entre uma alimentação saudável e o desenvolvimento escolar.
Segundo um estudo da Universidade de Ohio, as notas mais baixas têm uma ligação direta com o consumo de alimentos processados, como os fast foods, uma vez que esse tipo de nutrição carece de nutrientes como o ferro, que auxilia no progresso intelectual. Além disso, o relatório State of School Feeding Worldwide 2020 (O Estado da Alimentação Escolar a Nível Mundial 2020), publicado pelo Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas – PMA , mostrou muitos benefícios na adoção de Programas de Alimentação Escolar (PAEs) como: contribuição para igualdade de gênero, criação de empregos, redução dos impactos climáticos e diminuição de conflitos e situações de emergências.
Mas como garantir uma alimentação saudável para estudantes brasileiros?
Para assegurar a alimentação nas escolas é preciso continuar investindo no Programa Nacional de Alimentação (PNAE), que é considerado a política pública mais antiga de alimentação, institucionalizada em 1955. De lá para cá, o Brasil teve uma série de conquistas neste setor, como a exigência de uma nutricionista como Responsável Técnico pelo Programa em 2006. Três anos depois, com a sanção da Lei nº 11.947, de 16 de junho, a PNAE se estendeu por toda a rede pública de educação básica, inclusive aos alunos participantes do Programa Mais Educação, e de jovens e adultos, também se estabeleceu a garantia de que no mínimo 30% dos repasses do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) fossem investidos na aquisição de produtos da agricultura familiar.
Além do mais, as escolas podem adotar projetos que incentivem a alimentação saudável entre os estudantes desde cedo, como aulas de culinária, que estimulam o interesse das crianças pelo preparo e consumo de alimentos saudáveis, e a horta escolar, que promove a educação ambiental e também a curiosidade de experimentar os alimentos que foram plantados. Para qualquer uma dessas iniciativas ser ainda mais efetiva, é importante conscientizar os pais sobre os benefícios da alimentação saudável e o papel desse tipo de nutrição durante o período escolar.
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