Dia da Educação: a importância de educar para a democracia
Dia 28 de abril é o Dia da Educação, data criada para conscientizar a população sobre a importância da educação na sociedade – tanto no âmbito escolar, quanto social e familiar.
A Constituição Federal assegura o direito à educação a todos os cidadãos e o coloca como um dever do Estado e da família. Para que esse direito fundamental se efetive é preciso uma educação voltada para a democracia.
O baixo interesse dos jovens pela política, pelos assuntos relacionados ao tema e até mesmo a falta de identificação com políticos evidenciam a necessidade de educar para o exercício da democracia. Um sintoma disso é a baixa adesão ao título de eleitor entre os jovens de 15 a 17 anos – faixa etária na qual o voto não é obrigatório.
Desde 2004 o percentual de eleitores dessas idades vem caindo. Em março de 2022, ano eleitoral, apenas 17% desses jovens estavam aptos a votar, mesmo com uma campanha do Tribunal Superior Eleitoral que contou com a ajuda de influenciadores digitais para mobilizar aqueles que podem exercer o direito ao voto.
Em um Estado democrático, é fundamental que a voz das pessoas seja ouvida e o voto é uma das ferramentas para que isso aconteça. Mas 59% dos 1.440 jovens de 15 a 29 anos entrevistados não se sentem ouvidos ou representados na política institucional, segundo o estudo “Juventudes e Conexões” (2019), realizado pela Fundação Telefônica Vivo em parceria com a Rede Conhecimento Social e o IBOPE Inteligência.
Justamente nesse contexto em que uma parcela da população deixa de exercer a cidadania, o futuro desses jovens é impactado diretamente por escolhas que eles não fizeram. Por isso o papel da educação passa a ser ainda mais importante.
Educação para a democracia
A educação política e o papel da escola na formação das novas gerações para o exercício da cidadania ativa e o fortalecimento da democracia é uma pauta urgente. De acordo com a pesquisa da Fundação Tide Setubal/Avaaz, um em cada cinco entrevistados não sabe exatamente o que é democracia. E entre os jovens de 16 e 17 anos é comum não saberem o que é ou para que serve o Congresso Nacional.
O desconhecimento do sistema político brasileiro e a polarização presente na sociedade atualmente contribuem para esse distanciamento dos jovens. Mas como a educação e a escola podem colaborar para mudar essa realidade?
Um passo fundamental para isso é apoiar os educadores e estimular a realização desses debates na escola. O ambiente escolar é também um espaço para compartilhar conhecimento com os estudantes e incentivar o exercício da cidadania ajudando a desenvolver competências e valores, como senso crítico, capacidade de reflexão e análise.
A gestão escolar pode atuar de forma relevante promovendo uma gestão colaborativa, na qual os estudantes tenham papel ativo nas decisões do cotidiano da escola. A instituição de grêmios estudantis também é uma forma de familiarizar os alunos com processos democráticos, gerando engajamento cívico e político.
Um bom exemplo é a escola Ana Lopes Balestrero (ES), que adotou uma gestão democrática e transparente – alinhando com os estudantes o orçamento, as prioridades, além de metas e objetivos. Por meio dessa ação a escola aumentou o sentimento de pertencimento dos alunos e do corpo docente e diminuiu a evasão. É a partir de bons exemplos e também de soluções práticas que a educação pode transformar a realidade do nosso país.