Estratégias antirracistas para aplicar na escola
O combate ao racismo estrutural é uma missão de toda a sociedade e, mesmo não sendo a única via, a escola é peça-chave na transformação dessa realidade. Isso porque a educação possibilita a formação de cidadãos conscientes e a diminuição das desigualdades, dando às pessoas o acesso a oportunidades e espaços. Mas, para promover tais mudanças de forma duradoura e estrutural, é necessário que o debate antirracista se faça presente no ambiente escolar. Para tanto, a gestão pode utilizar estratégias para a promoção de uma educação antirracista na escola.
O que é uma educação antirracista?
Antes de pensar em estratégias práticas é fundamental ter clareza sobre o que se está combatendo. E o problema é grande! O racismo que afeta a população negra e as comunidades indígenas impacta não apenas as pessoas de forma individual, mas também a sociedade brasileira como um todo.
Segundo pesquisa do Instituto Locomotiva para a Central Única das Favelas, feita em 2020, a cor da pele interfere no tratamento que uma pessoa receberá da polícia e em suas chances de estudo e trabalho no país. Em comparação com uma pessoa branca, a pessoa negra tem 94% de chances de ser abordada com violência pela polícia, 15% de chances de fazer uma faculdade e apenas 9% de chances de conseguir um emprego. E uma educação antirracista é justamente aquela que combate essa desigualdade e busca uma sociedade mais igualitária, inclusiva e menos violenta. Fazendo para isso a reflexão e o combate coletivo sobre preconceitos e atos discriminatórios.
3 estratégias antirracistas para aplicar na escola
Agora que temos em vista o que se busca combater e quais os ganhos que a comunidade escolar e também a sociedade brasileira terão com isso, podemos pensar e aplicar estratégias para inserir a cultura antirracista no ambiente escolar.
Dentro do ambiente escolar, que vai além das salas de aula, a gestão precisa buscar:
1 – Formar jovens para respeitarem as diferenças
A formação de jovens precisa contemplar a diversidade, pois somente assim estarão preparados para lidar com as diferenças e evitar práticas preconceituosas. E uma das possibilidades que a gestão tem para incentivar o convívio e o respeito à diversidade é promovendo rodas de conversa, debates e leituras.
Isso porque ações como essas permitem que os alunos adquiram conhecimentos e compartilhem experiências que vão contribuir para a formação cidadã. O tema “racismo” não pode ser tabu; ele deve ser pensado, debatido e gerar mudanças práticas na comunidade escolar e, como consequência, na sociedade.
2 – Ensinar a história e a cultura dos povos indígenas e da população negra
A familiaridade com a cultura e a história do outro vem através do conhecimento. Assim, nada melhor do que aproveitar o ambiente escolar para estimular o amplo conhecimento e a valorização histórico-cultural dos povos indígenas e da população negra.
Além dos currículos didáticos, outra possibilidade para trabalhar a temática no ambiente escolar é por meio das referências culturais, que podem ser apresentadas aos alunos em atividades e eventos promovidos pela gestão. Quanto mais proximidade e esclarecimento sobre o assunto forem proporcionados aos jovens em formação, mais eficaz será a educação antirracista.
3 – Estimular o engajamento dos jovens
Outra estratégia a ser considerada é o envolvimento dos alunos negros e indígenas no processo de construção e desenvolvimento de ações efetivas. Para isso, a gestão pode estimular o engajamento dos jovens nas pautas antirracistas dentro do ambiente escolar, e também auxiliar na formação de novos líderes.
Mas lembre-se de que essas estratégias começam primeiro internamente, na equipe escolar. Não é possível educar sem saber primeiro o que se vai transmitir, por isso busque o conhecimento e a mudança de comportamento para poder então repassar aos alunos!